Tite pode ter o número de atacantes que quiser. Mas, precisa ter, também, quem crie jogadas para eles.
Por falar nisso, é recorrente a questão do falso nove. Nos labirintos táticos de Tite, pode ser até o Neymar.
Aliás, não sei porque tratam de "falso" o jogador que cumpre a função de centroavante com mais classe e mobilidade.
O bafo é o seguinte: quando atacantes "cascas-grossas", "tanques" e rompedores, como Dario, Geraldão e outros surgiram, fazendo gols, foram definidos como típicos.
Como Zagalo, na Copa de 70, fugiu desse figurino, escalando o classudo Tostão, à frente de Pelé e Jairzinho, criou-se o "falso nove".
Desde então, concluiu-se que o típico nove não precisa ser "grosso", pouco móvel e "ruim de tabela".
Quer dizer: a função de finalizador continua existindo, só que dentro de uma nova dinâmica de jogo.
Entanto, o futebol ainda apresenta uma definição muito clara entre jogadores criativos e outros mais trabalhadores para que um time se complemente.
A idéia do irreverente zagueiro Sapenha do Fortaleza nos anos 50/60 já apontava para distinções: "Nas cobranças de falta, os casados marcam e os solteiros ficam na barreira".
Tratamento diferenciado para os que tinham familia para criar e não podiam ser vítimas preferenciais dos chutes fortes dos cobradores.
São as adequações.
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