Fortaleza procura por ele mesmo e demite treinador

Confira coluna desta segunda-feira (26) do comentarista Wilton Bezerra

Legenda: Enderson Moreira tinha contrato com o Fortaleza até o fim da temporada
Foto: Thiago Gadelha

“Jogo tenso, a gente sabia que qualquer erro poderia ser fatal”, afirmou o treinador demitido Enderson Moreira, após o empate com Bahia no tempo normal.

Disse mais: “O que a gente procurou foi neutralizar algumas ações do Bahia”. Isso, afora outras considerações triviais.

É preciso entender que, seja em qual for o tipo de jogo praticado (ofensivo ou defensivo), qualquer erro é fatal.

Depois, quanto à segunda fala, é exatamente aí onde está a questão: anular as ações do adversário, sem alijar a si próprio, é o axioma perfeito.

Desses aspectos de jogo, o treinador e seus comandados não sacaram nada.

A verdade é que, nos últimos anos, a gastronomia tricolor só ofereceu à sua torcida pratos deliciosos.

O que vem sendo colocado na mesa, agora, é muito frugal, mas não de fácil digestão. Não está descendo bem.

Numa linguagem bem nordestina, diríamos que “ falta a mistura do cuscuz com rapadura, para o time ganhar a carreira de um preá”.

Culpa do treinador? Talvez, tenha sido, também.

Enderson Moreira vinha carregando uma considerável carga de "reima" por onde passou, ultimamente.

Os comentaristas de resultados devem se convencer de que jogar bem e de forma eficiente é sinal de que o sucesso está próximo.

Não era o caso do Fortaleza, apesar dos números serem favoráveis. Um jogo bom contra o Bahia, quando venceu por 2 x 1, e só.

Dize-me contra quem jogas que eu te direi quem és.

Talvez, esse elenco necessite de um comandante mais “alvoroçado”, que extraia dele uma parcela maior de conteúdo individual.

Vamos, entanto, “distribuir as culpas”, neste vale que não é de tantas lágrimas, afinal o time não atravessa o que se pode definir como situação de crise.

A produção de alguns novos contratados se mostrou, até agora, frustrante pelo rendimento dentro dos objetivos que o Fortaleza deseja alcançar.

Não se exima de uma análise mais severa o desempenho baixo de quem já é conhecido: Osvaldo, Ronald (tem sido preterido, jogou pouco) Tinga, Romarinho, Felipe (andou contundido) e Wellington Paulista, entre os mais votados.

Quem o Fortaleza contratar para comandá-lo vai herdar muito pouco dos rascunhos que Chamusca e Enderson Moreira deixaram pelo chão.

A regra de mudar o treinador apenas uma vez, durante o campeonato brasileiro, levou um drible do Fortaleza.

O tricolor vai entrar com treinador novo, que pode ser mudado (se não der certo), sem "burlar" a medida.