Como partidos usam a licença parlamentar para atrair pré-candidatos na Eleição 2022

As conversas buscam valorizar o suplente de deputado estadual na pré-campanha eleitoral

Legenda: São 46 cadeiras em jogo entre os partidos na Assembleia Legislativa
Foto: José Leomar/AL-CE

Desde a semana passada, as conversas de bastidores entre dirigentes políticos e lideranças locais ganharam um ritmo mais frenético.

Com a abertura do período da janela partidária, na última quinta-feira (3), os partidos estão de olho em nomes com potenciais para conquistar uma vaga na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados.

Entre as estratégias de convencimento para a filiação, está uma que chama atenção: a licença parlamentar.

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Quando o titular da vaga deixa o cargo por alguma razão, o suplente, que é o reserva imediato, assume o posto. Esse substituto é aquele candidato do mesmo partido ou coligação (leia-se eleições de 2018) que passou perto de ser eleito.

Tradicionalmente, essa substituição ocorria por motivos de saúde, para assumir cargos no Executivo ou por outra razão de força maior. Atualmente, a licença parlamentar faz parte de um acordo prévio antes mesmo da eleição acontecer.

À coluna, o presidente do MDB do Ceará, Eunício Oliveira, já havia deixado claro nos últimos dias que o revezamento entre parlmentares do partido era uma política interna.

"O MDB cumpriu tudo o que acertou. Não tem conversa atravessada. O rodízio é obrigatório. Quem ganhar tem que tirar uma licença pro suplente assumir porque ele contribuiu para a eleição", disse o ex-senador.

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O emedebista se refere ao voto na coligação (aceito até as eleições de 2018 para o Legislativo) que, agora, será para o partido. O voto de todos os candidatos ajuda a sigla a conquistar as vagas no Parlamento. Quanto mais votos, mais cadeiras são garantidas.

Na atual legislatura, por exemplo, os emedebistas suplentes Edilardo Eufrásio, Rafael Branco e Davi de Raimundão tiveram oportunidades como deputado estadual em exercício.

A ideia é que quem ficar na suplência também tenha a oportunidade de assumir o mandato, nem que seja por um período de quatro meses, que é a licença habitual.

Suplentes que assumiram

  • Ferreira Aragão (PDT)
  • George Lima (PV)
  • Oriel Nunes Filho (PDT)
  • Duquinha (PDT)
  • Tony Brito (Pros) 
  • Guilherme (PT)
  • Edilardo Eufrásio (MDB)
  • Rafael Branco (MDB)
  • Davi de Raimundão (MDB)

 

Promessa

Na última quarta-feira (2), durante reunião de pré-candidatos a uma vaga na Assembleia Legislativa, o ex-deputado estadual Ferreira Aragão, que hoje é suplente, chegou a ser enfático com os presentes sobre o revezamento caso conquiste a vaga de titular.

Um bloco de nomes com potencial de até 25 mil votos discute o assunto internamente. Esse período também é visto como uma oportunidade desses suplentes ganharem destaque na imprensa e atingir um maior número de eleitores com apresentação de projetos de lei, atuação em audiências públicas e fortalecimento da imagem com os debates nas sessões plenárias.



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