Opinião
Com risco de 'veto', PT cobra diálogo com PDT para definir candidato a governador no Ceará
O Partido dos Trabalhadores, embora tenha declinado de liderar a chapa, quer uma candidatura que saiba conviver com o palanque de Lula no Ceará
Apesar do PT ter aberto mão da possibilidade de candidatura própria à sucessão do governador Camilo Santana (PT), é fato que o partido aguarda uma sinalização do PDT antes da definição de quem irá liderar o grupo aliado do governador para outubro.
Nos bastidores do PT, circula a informação de veto ao nome do ex-prefeito Roberto Cláudio. Segundo fontes do partido, a legenda concordou em manter aliança com o PDT, porém ficou implícito que isso seria feito sem o nome de Roberto Cláudio na sucessão.
A deputada federal Luizianne Lins é uma das lideranças que mais demonstram resistência ao nome do ex-prefeito. Há, nesse momento, a busca de um consenso entre os nomes do PDT.
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Esse nome de consenso, segundo o presidente estadual do PT, Antônio Filho, conhecido como Conin, precisa ser "capaz de congregar a aliança dos dois partidos", tendo em vista o cenário com dois presidenciáveis: Lula e Ciro.
De acordo com o petista, o candidato dessa aliança precisa ter amplitude para conviver com essa realidade. "Não pode ter um candidato exclusivamente de um candidato a presidente. Tem que saber agregar, compreender", cobra Conin.
A instância estadual, porém, não cita de forma clara a possibilidade de vetos antes da definição do PDT.
"Da minha parte nem tem veto nem iremos aceitar imposições. Queremos uma coisa construída e temos ambiente para isso", defendeu Conin.
Ainda de acordo com o dirigente, o compromisso do PDT é que o PT vai ser ouvido sobre o nome, mas no momento certo. "Quando o PDT amadurecer isso e abrir essa conversa conosco vamos dizer a ele", diz o presidente estadual.
Veto?
Por outro lado, lideranças do PT debatem internamente a possibilidade de vetos para essa aliança. O nome do Roberto Cláudio não unificaria a base governista, segundo petistas. Se espera a indicação de um nome pedetista para iniciar esse diálogo entre as siglas.
Os nomes da vice-governadora Izolda Cela e do presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, "unificariam" essa aliança, facilitando o acordo entre os partidos da base.
No mês passado, a deputada federal Luizianne Lins e a vice-governadora tiveram um encontro particular inédito. Apesar de o assunto da reunião não ter entrado em articulações pré-eleitorais, a aproximação entre as duas foi vista com bons olhos por Cid Gomes e pelo presidente estadual do PT.
Com informações do repórter Felipe Azevedo
