Bolsonaro tenta comprovar eficácia da Cloroquina e Ivermectina com enquete: 'levanta o braço'

No mesmo dia da leitura do relatório da CPI da Pandemia, o presidente voltou a criticar as investigações

Legenda: O presidente pediu aos militantes que levantassem o braço caso tivessem tomado os medicamentos
Foto: Kid Junior

No Ceará, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentou comprovar a eficácia dos medicamentos Cloroquina e Ivermectina contra a Covid-19 ao fazer uma enquete pública com a plateia que acompanhava a visita presidencial no município de Russas, na manhã desta quarta-feira (20).

"Eu queria que levantasse a mão quem, porventura, foi acometido de Covid. Baixe o braço. Quem tomou Cloroquina ou Ivermectina levante o braço", perguntou.

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O público presente, formado por militantes bolsonaristas, levantou o braço em acordo com o presidente. Para Bolsonaro, os medicamentos ajudaram na recuperação dos brasileiros atingidos pela doença e evitaram mortes. Pesquisas científicas, no entanto, não comprovaram a eficácia dos medicamentos.

Veja vídeo da declaração

No mesmo dia em que o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), senador Renan Calheiros (MDB-AL), faz a leitura do relatório final, em que indicia inclusive o presidente da República, Bolsonaro reforçou as críticas em relação ao uso da vacina como principal saída para vencer a pandemia. 

"Para nós, do Governo Federal, a vacina é voluntária. Não concordamos com o passaporte vacinal. A liberdade tem que ser em toda a sua extensão", disse.

Discurso

O presidente também começou a ensaiar um discurso de defesa, caso haja necessidade no âmbito jurídico, por conta do indiciamento da CPI da Pandemia. 

Obviamente vocês foram orientados por médicos (à tomar Cloroquina e Ivermectina). Alguns achavam, como meu ex-ministro Mandetta, que você deveria ir pra casa e, quando sentisse falta de ar, procurar um hospital. Procurar um hospital pra quê? Já tá quase morrendo. Temos que buscar alternativas. Essa alternativa cabe ao médico brasileiro. A voz do médico é o Conselho Federal de medicina que não recomenda nem A nem B, mas que garante que o médico tem que ter a sua autonomia preservada. Muitos se salvaram em função disso
Jair Bolsonaro
Presidente da República

Investigações

O chefe do Executivo também atacou os trabalhos da CPI da Pandemia. Segundo ele, o colegiado provisório do Senado, que se estendeu por quase seis meses em investigações na gestão da saúde, só trouxe "ódio e rancor".

"Como seria bom se aquela CPI tivesse fazendo algo de produtivo para o nosso Brasil. Tomaram o tempo de nosso ministro da Saúde, de servidores, de pessoas humildes e de empresários, nada produziram a não ser o ódio e o rancor entre alguns de nós. Mas, nós sabemos que não temos culpa de absolutamente nada, sabemos que fizemos a coisa certa desde o primeiro momento", disse.