Eleito com o discurso moralizador da gestão pública, prometendo afastar o Palácio do Planalto da agenda da corrupção, o presidente Jair Bolsonaro tem a sua principal mensagem eleitoral ameaçada no terceiro ano de mandato, às vésperas da disputa de 2022.
Apesar dos desgastes políticos acumulados desde 2019, com falta de articulação no Congresso Nacional para tocar os projetos, equívocos na agenda econômica, crises na saúde, educação e a falta de planejamento na gestão da pandemia, o bolsonarismo seguia firme quanto ao discurso "anticorrupção".
O caso foi denunciado pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) na CPI da Covid-19. A Comissão Parlamentar de Inquérito em Brasília, inclusive, é uma dor de cabeça para o governo.
Tensão
Somada às crises institucionais e a pressão do judiciário, pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta segunda-feira, expõe o desgaste dos atuais gestores do Planalto perante a opinião pública.
O índice de desaprovação do governo atingiu 62,5%. O percentual era de 51% em fevereiro deste ano. No primeiro levantamento do instituto, em fevereiro de 2019, a desaprovação era de 28%.
Além da recuperação da imagem na gestão da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro tem o desafio de provar à opinião pública que se mantém incorruptível.
A nova fase da investigação dos parlamentares na CPI da Covid-19 está focada justamente no tema corrupção.