O 1º Clássico-Rei da Série A teve de tudo: linda festa das torcidas, temperatura alta em campo, expulsão, arbitragem polêmica e vitória alvinegra. O Vozão venceu por 1 a 0 com gol de Cléber em um jogo que aproveitou o jogador a mais para sair na frente, segurou o ímpeto do corajoso - mas nervoso - time leonino no 2º tempo para deixar o Z4 e afundar o rival.
O resultado foi sensacional para o Ceará, que chegou aos 9 pontos e saltou para a 15ª colocação, deixando orival em situação delicada, em último com apenas dois.
Veja também
Pela situação de ambos na tabela antes do Clássico, era de se esperar um jogo mais nervoso, mais ríspido. E foi assim, principalmente no 1º tempo, que aliás, foi pouco jogado pela paralisação dos sinalizadores na torcida tricolor.
Foram 10 minutos iniciais de tortura, e quando a partida voltou, uma confusão entre os jogadores resultou, aos 19 minutos, na expulsão de Felipe, do Fortaleza, que acertou o pescoço de Richard, do Ceará. Sem entrar no mérito se a expulsão foi justa ou não, nada justificava o volante do Fortaleza agir daquela forma, correndo um risco de ser expulso como foi e prejudicou o Fortaleza.
O time tricolor, que até era melhor no jogo até a expulsão, esteve muito nervoso ao longo da partida, com os atletas reclamando mais do que o normal e prejudicando suas atuações. Claramente a situação na tabela está afetando os atletas leoninos, como foi visto principalmente no 1º tempo.
E o Ceará se aproveitou da vantagem numérica em campo para ganhar campo, pressionar até o fim do 1º tempo com muita autoridade - acertou a trave com Lima em belo lance - e abrir o placar com Cléber em bela jogada de Vina, praticamente no último lance da etapa inicial.
Na etapa final, o Ceará voltou em cima, perdendo duas grandes chances, com Vina e Fernando Sobral.
Mas aos poucos, o Vovô foi inexplicavelmente recuando, deixando espaços e o Fortaleza, corajoso, foi para cima e poderia ter empatado em lances de Romero - pra fora - e Moisés - que João Ricardo defendeu.
Com o excessivo recuo do Ceará, que não tinha mais nem o contra-ataque encaixado, o Fortaleza cresceu, já com Romarinho, Depietri e Robson em campo, extremamente ofensivo. E o Ceará, na reta final do jogo, tinha um zagueiro a mais para se defender, deixando o Clássico em aberto até o final.
Mas o Fortaleza voltou a mostrar uma deficiência tão vista nesta Série A, que é desperdiçar suas chances e errar demais. Ainda que o Leão reclame de um suposto pênalti não marcado, a intranquilidade na hora de finalizar é nítida pela situação da equipe.
E para o Ceará, que se defendeu bem - ainda que o recuo no fim tenha sido desnecessário - foi uma vitória redentora de um time que cresce a cada jogo nas mãos de Dorival.