Como de costume, recai sobre os ombros já combalidos do consumidor a conta para garantir a sustentabilidade do sistema energético nacional. A tarifa da bandeira vermelha, que já onerava consideravelmente as faturas de energia, ficará ainda mais salgada, a um custo 52% maior.
Este aumento voraz pode ficar maior nos próximos meses, após reavaliação do índice.
Trata-se de um banquete para o dragão inflacionário, somando-se ao peso que alimentos e combustíveis já têm despachado no bolso das classes de poder aquisitivo médio e baixo. Com tanta majoração, o poder de compra rasteja.
Alguns especialistas avaliam que o Brasil está bem mais calejado em relação à crise de 2001, quando a energia virou um serviço de luxo. Lições foram aprendidas, e a segurança hoje é superior.
Mas há outras autoridades na área a avaliar que ainda não estamos inteiramente livres de eventuais instabilidades, caso medidas eficazes sejam negligenciadas.
Ainda assim, impressiona que um País com abundância natural para a produção de energia solar e eólica seja, a esta altura, tão dependente das hidrelétricas.
Quando estas estão sufocadas pela seca, pior ainda: o Brasil se vê refém das térmicas, cujo acionamento, caríssimo, é bancado pelos contribuintes.
A conta das fragilidades no sistema elétrico nacional sempre acaba endereçada aos cidadãos.