Ao chegar a R$ 5,13 no último levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do litro da gasolina no Ceará atingiu marca histórica. Trata-se do maior valor médio de todos os tempos, conforme levantamento realizado pela Coluna com base nas estatísticas históricas disponibilizadas pela ANP.
Bate uma saudade navegar pelos dados antigos. Em 2004, por exemplo, a gasolina comum custava R$ 2,42 no Estado. Há dez anos, em 2011, o cearense pagava em média R$ 2,62 pelo litro do combustível, ou seja, praticamente a metade do que desembolsa hoje.
De 2014 em diante, a inflação da gasolina engatou trajetória arredia, subindo aceleradamente ano a ano. Custava R$ 3,17 em 2014 e em 2017 já saltara para R$ 4,16.
Confira no infográfico abaixo a evolução no preço da gasolina no Ceará (em R$)
A média atual de R$ 5,13 é a quarta mais elevada do País, abaixo apenas de Acre (R$ 5,53), Tocantins (R$ 5,33) e Rio de Janeiro (R$ 5,26), e a maior do Nordeste.
Considerando a situação cambial e a tendência de preços no exterior, especialistas apontam que a gasolina deve ficar ainda mais cara.
Os consecutivos aumentos levaram o presidente da República Jair Bolsonaro a trocar a chefia da Petrobras, o que causou à empresa uma grande perda no mercado financeiro na semana passada, rombo em parte recuperado no início desta semana.
Esta crise também tem formatado uma batalha narrativa entre Governo Federal e estados. O presidente menciona insistentemente que a carga de ICMS é responsável pelo atual preço do combustível, enquanto os estados atribuem a alta à política de preços da Petrobras.
A discussão, de acordo com especialistas consultados em recente reportagem do Diário do Nordeste, precisa, sim, abranger a carga tributária que incide sobre a gasolina. Mas tal debate deve ser promovido de forma técnica e profunda, deixando de lado a verborragia política.