Os cearenses que vendiam confecção e hoje têm empresa de pagamento que vale mais de R$ 100 milhões

Fintech Fix Pay avança no mercado de pagamentos e penetra nicho dominado por empresas do Sudeste

Legenda: Sócios da Fix Pay: Eliseu Becco, Bruno Becco, Guilherme Becco e Armando Couto
Foto: Divulgação

Um trio de irmãos cearenses está obtendo sucesso no acirradíssimo mercado de pagamentos, desafiando a hegemonia de empresas sediadas em São Paulo. A história dos jovens empresários começou no início dos anos 2000, em Fortaleza, quando criaram uma indústria de confecção e uma marca de roupas, a Cronic.

Empreendedores natos, Bruno, Eliseu e Guilherme Becco não vêm de famílias de empresários e tiveram de se jogar no mundo dos negócios do zero. As empresas de confecção - uma delas de private label - obtiveram sucesso até que eles decidiram vendê-las.

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O networking e o conhecimento obtidos concederam a confiança necessária para desbravar um novo e íngreme terreno: o setor de pagamentos, que fervilhava no Brasil no início da década passada.

"A gente se apaixonou pelo mercado de cartão de crédito. A gente montou uma securitizadora de crédito e, no primeiro momento, fez parcerias. Colocava a maquininha, a empresa de cartão ganhava a taxa e a gente ganhava com a antecipação, com capital próprio, para o estabelecimento. Esse foi o nosso primeiro contato com cartão de crédito", relembra Eliseu Becco, COO da empresa.

Tecnologia

Após essa incursão, eles perceberam que havia muitos gargalos de tecnologia nas operações. A falta de qualidade no mercado foi um dos fatores que os levou ao estalo de criar a Fix Pay, em 2018.

"Pra fazer sentido e realmente ter valor nesse mercado, nós decidimos que precisávamos criar tecnologia própria, o que permitiria que a gente se diferenciasse. A gente entendeu que no mercado de pagamento, tem que ter esses diferenciais para os clientes. Só preço não é suficiente. Preço é commodity", comenta o empresário.

Os irmãos, então, associaram-se a Armando Couto, o CTO do negócio, que pavimentou o amadurecimento tecnológico da companhia.

Crescimento e clientela

Com foco em soluções tecnológicas, a empresa cresceu e hoje vale mais de R$ 100 milhões, transacionando bilhões de reais.

A maior parte da clientela está no Ceará, mas a empresa atua em diversas praças do País. O foco são clientes empresariais que giram acima de R$ 30 mil mensais em cartão e atuam com parcelamento. Portanto, o portifólio, que conta com mais de 1.500 clientes, inclui lojas das mais diversas áreas do varejo. 

"A gente quebra um paradigma de soberania do mercado de São Paulo", diz o CEO Bruno Becco.

Entre as funcionalidades, estão a venda antifraude embutida nas maquininhas e geração de links para Pix. A concepção das soluções passa pela escuta das dores dos clientes, destaca Eliseu.

A companhia tem ainda outro braço, a Credit2B, uma solução que libera crédito e aumenta o prazo de pagamento do pequeno e médio varejista.

A funcionalidade permite aos fornecedores vender com garantia dos recebíveis de cartão de crédito, enquanto os lojistas podem visualizar a agenda de recebíveis e garantir o pagamento aos fornecedores.

 

 



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