Movimento de caminhoneiros pode agravar tempestade da inflação

Se não for interrompido rapidamente, bloqueio de estradas pode desencadear aumentos de preços

Legenda: Despesa com alimentos cresce e corrói a renda
Foto: Camila Lima

Se a inflação já está espetando o pescoço dos brasileiros em 2021, o movimento de caminhoneiros bolsonaristas, bloqueando parte das rodovias do País, era o que faltava para completar a tempestade perfeita do aumento de preços.

Com raízes bem distintas da greve de 2018, cujas demandas tinham conexão com gargalos objetivos destes profissionais, como o preço do diesel e a tabela do frete, o movimento que teve início ontem (8) tem DNA inteiramente político, com foco na pauta bolsonarista anti-STF e antidemocracia.

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Efeitos no bolso

Caso não seja contida com rapidez, a paralisação pode ter efeitos lancinantes sobre a economia do País e o bolso da população.

Para milhões de pessoas, o sustento diante da majoração de produtos essenciais, como arroz, feijão e carnes, vem beirando o impossível.

E, neste contexto, a política tem apenas atrapalhado. A instabilidade institucional nutrida pelo presidente é um motor para a alta dos preços, mantendo o real desvalorizado e criando sismos e soluços para uma economia já cambaleante.

Com o bloqueio nas estradas, esta tormenta pode se intensificar. Basta olhar para o caos criado em 2018, de consequências econômicas gigantescas e longevas, com desabastecimento e inflação.

No fim das contas, a radicalização político-ideológica pode acabar devorando ainda mais a renda de quem já tem pouco.



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