Busco no passado de glórias do tricolor alguma formação histórica que tenha superado o êxito do Leão de agora. Navego pelos anos do Fortaleza vice-campeão da Taça Brasil de 1960 e de 1968. Envolvo-me nas notáveis composições que também ganharam títulos estaduais e regionais. Nenhuma alcançou tanta projeção quanto o time do momento. É indescritível o que o Fortaleza fez diante do Corinthians na fase semifinal da Copa Sul-Americana. Estabeleceu-se como senhor absoluto da situação. Uma exibição tão impecável que tive dificuldades para apontar qual atleta tinha sido o melhor. Tinga foi o melhor. Titi foi o melhor. Caio Alexandre foi o melhor. Pikachu foi o melhor. Zé Welison foi o melhor. Bruno Pacheco foi o melhor... Uma apresentação de gala. Misturo passado e presente. O Fortaleza é único. Grande no passado com ídolos como Moésio Gomes, Mozart Gomes, Zé Paulo, Croinha, Pedrinho Simões. Grande no presente com os destaques que aí estão. E continuará grande no futuro porque aposta com ousadia. Une a competência dentro e fora de campo. Fez a base. Mantém a filosofia de trabalho. Um planejamento perfeito. Está aí um Fortaleza como eu nunca vi.
Toda esta trajetória de vitórias nos últimos cinco anos tem a ver com a fidelidade da torcida tricolor. Esta torcida comeu o pão que o diabo amassou. Foi humilhada durante longos oito anos. Sofreu horrores quando o time quase caiu para a Série D. Foi a sua crise mais terrível. Mas a torcida se manteve intacta ao lado do clube. Isso foi fundamental.
Nas atuais circunstâncias, já que estamos fazendo referência aos melhores, cabe a pergunta: quem é o maior técnico da história do Fortaleza: Rogério Ceni ou Juan Pablo Vojvoda? Aí o torcedor terá de refletir bastante para não cometer injustiça. Prefiro entender que os dois deram contribuições elevadas para a subida de status do Leão.
Caio Alexandre, volante do Fortaleza, vem sendo o atleta mais elogiado pela crônica esportiva brasileira. Alguns cronistas já defendem a sua convocação para a Seleção Brasileira. Há quem diga que, se ele estivesse num dos chamados grandes da Série A nacional, já teria sido convocado há muito tempo. Faz sentido, sim.
Ainda hoje não entendo a razão pela qual o ex-zagueiro Ronaldo Angelim, quando estava no auge no Fortaleza, não foi convocado para a Seleção Brasileira. Tinha futebol para ser chamado. Mas só foi visto quando Ronaldo Nazário, o Fenômeno, disse que Angelim, então no Flamengo, era o melhor zagueiro do Brasil. Nem assim foi chamado.
Outro injustiçado é Pikachu. Quando no auge no Paysandu ou no Vasco, Pikachu estava acima de todos os concorrentes. Incomparável. Entretanto, jamais foi lembrado pela comissão técnica da Seleção Brasileira. E aí está o Pikachu fechando a boca até dos que disseram que ele não estava mais com o mesmo futebol de sua primeira passagem pelo Leão. Está jogando muito.