A regulamentação do sistema de energia híbrido tem potencial de incrementar a potência energética do Ceará em 35%. É o que diz o presidente do Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico (Sindienergia-CE), Luís Carlos Queiroz.
A norma regulamentadora que permite sistemas híbridos e de outros tipos de energia foi aprovada no dia 30 de novembro, mas o anúncio oficial ocorreu nesta sexta-feira (3), em evento na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). O documento autoriza o funcionamento de parques de energia com geração solar e eólica em um mesmo espaço.
Conforme Luís Carlos, a integração entre os dois tipos de energia deve tornar o sistema mais eficiente. "A cada um mega que nós temos de instalação de eólica, existe a possibilidade de 35% de solar", afirma.
"À noite, com certeza, as usinas eólicas, elas têm um potencial de aproveitamento muito maior do que pela manhã. Então, a complementariedade da usina pela manhã vai tornar um sistema muito mais eficiente", considera.
De acordo com o Atlas Eólico e Solar do Ceará, o modelo híbrido de usinas tem um potencial para aproximadamente 137 GW no estado do Ceará.
Usinas híbridas
Conforme a Aneel, o normativo traz as definições e as regras para a outorga de empreendimentos híbridos e para a contratação do uso dos sistemas de transmissão. A regulamentação também define a forma de tarifação dessas usinas e da aplicação dos descontos legais nas tarifas de uso do sistema de transmissão.
Permite, ainda, combinações de fontes de geração, sejam elas de usinas fotovoltaicas, eólicas, hidrelétricas grandes e pequenas e termelétricas.
Entre as vantagens elencadas pela Aneel estão a complementaridade das fontes de geração (uma gera quando a outra está menos disponível), a utilização da rede de transmissão de maneira mais eficiente e estável, a mitigação de riscos comerciais e a economia na compra de terreno e em outros custos.