Os planos do Governo do Estado para o Ceará Credi, projeto de microcrédito no Ceará, é de garantir uma expansão da disponibilidade de R$ 100 milhões em recursos por ano, ampliando as fontes de captação ao negociar com bancos públicos e privados. A perspectiva foi confirmada pelo secretário de desenvolvimento econômico e trabalho do Estado, Maia Júnior.
Nos primeiros 15 meses do programa, segundo dados da Sedet, foram atendidos 42.198 microempreendedores, que financiaram um total de R$ 107.243.042,80. Atualmente, o Ceará Credi tem um rotativo de R$ 158 milhões, todos gerados a partir de recursos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop).
A previsão é encerrar 2022 com um rotativo de R$ 200 milhões.
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Contudo, Maia Júnior, em entrevista exclusiva ao Sistema Verdes Mares, revelou que o objetivo é ampliar as fontes de captação de recursos do projeto, garantindo expansões anuais de R$ 100 milhões por ano.
A estratégia é utilizar esforços da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece) para ir ao mercado e discutir com bancos privados ou públicos, como o Banco do Nordeste e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e fundos de investimento para negociar novos aportes.
"O Ceará Credi, eu diria que o Estado alavancou um bom início, porque nós conseguimos aplicar, em menos de um ano, R$ 100 milhões em recursos oriundos do Fecop, e depois alocamos mais R$ 58 milhões. O projeto já tem um rotativo de R$ 158 milhões. Nós estamos procurando e eu estou procurando a Adece a se movimentar, e deixar de ser um pouco a lógica pública de só esperar o recurso público", disse Maia.
"Estou estimulando a buscar os bancos multilaterais, os bancos nacionais como o BNB e o BNDES, os fundos de investimento e dizer 'ó, eu tenho uma carteira de crédito de 42 mil mutuários e ela tem um valor'. Imagine 500 mil mutuários daqui alguns anos, isso tem outro valor, e a Adece multiplicaria muito o seu valor tendo uma carteira de microcrédito com esse volume", completou.
Até o final do ano, o Governo, ainda segundo Maia, poderá fechar e anunciar uma nova parceria com o BNB, focada na captação de recursos para o projeto de microcrédito do Estado. As tratativas já estariam adiantadas entre o banco e a Adece conforme o atual titular da Sedet.
"Tivemos algumas reuniões recentes com o BNB e parece que até o final do ano a gente pode concretizar uma captação do BNB para a gente aumentar o volume de recursos porque esse dinheiro vai girar e vamos reaplicar. Queremos aumentar esses recursos ainda esse ano para um patamar de R$ 200 milhões, e no próximo ano fazer um trabalho paulatino, ano a ano, para agregar R$ 100 milhões a cada ano", disse Maia.
"Mas não queria que isso viesse mais do Fecop", completou.
Maia Júnior ainda ressaltou que o Ceará Credi tem gerado resultados muito positivos nos últimos meses, garantindo uma taxa de inadimplência de cerca de 1,8%.
O Ceará Credi é um programa concessão de crédito para microempreendedores cearenses, operado pela Adece em parceria com o instituto E-Dinheiro. O objetivo é contribuir para a criação e fortalecimento dos pequenos negócios no Estado, gerando emprego e renda.
O programa tem como crédito mínimo um capital de giro de R$ 500 e investimento de R$ 1 mil. Para o crédito máximo, o limite é de R$ 3 mil para capital de giro e investimento de R$ 5 mil. Há uma carência de 4 meses, com um parcelamento de até 9 meses para capital de giro, e 24 meses para investimento.