Vyni é a prova de que paixão não correspondida é fatal para gays e mulheres no BBB

Se o cratense for eliminado no paredão de hoje, ninguém ficará surpreso

Legenda: Agora o Vyni é cancelado por correr atrás do Eliezer, algo que já tinha ocorrido em menos intensidade em outras edições do reality
Foto: Divulgação/gshow

Hoje a Vicente Leite vai parar para ver o paredão do BBB. A família do Vyni mora e tem um restaurante nessa rua da Vila Alta, no Crato. Existe expectativa para acompanhar o programa, mas, se o cratense for eliminado, ninguém ficará surpreso. 

O nível de cancelamento que o nosso conterrâneo atingiu é tamanho que a eliminação dele é dada como certa. Só um milagre do Padre Cícero pode fazer algo pelo bacharel em Direito. 

O que parece não ter salvação também é o racismo e a LGBTfobia em que seguimos mergulhados enquanto sociedade e como isso se reflete nas votações do reality. 

A Carla Diaz foi cancelada na edição passada porque corria atrás do Arthur Picoli. Agora o Vyni é cancelado por correr atrás do Eliezer, algo que já tinha ocorrido em menos intensidade com o Victor Hugo. 

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É como se houvesse um comportamento esperado se a pessoa for mulher ou gay e entrar no BBB: não se apaixone para evitar cancelamento.

Mas você já parou para pensar qual seria a reação se um homem hétero passasse boa parte da edição do programa correndo atrás de uma mulher? Seria cancelado? Viraria a vítima? Ou seria chamado de pegador?

Basta lembrar Diego Alemão, que, no BBB 7, ficou com duas mulheres. Alemão foi o campeão, nem um pouco ameaçado pelo cancelamento. 

Se o Arthur, por exemplo, não fosse casado e quisesse ter tido um relacionamento não correspondido com a Jade Picón? Como seria a nossa reação?

Será que o cancelamento de Vyni têm a ver com o nosso machismo e a nossa LGBTfobia? 

É evidente. O infortúnio de se apaixonar em rede nacional se agrava para alguém na condição de Vyni: gay e afeminado. 

Dentro do próprio grupo de sexualidade em comum, Vyni sofre preconceito por ser afeminado. Os gays são homens e muitos são machistas e misóginos.

Ser gay numa sociedade cis-heteronormativa é quase paralisante. Você cresce escondendo o que sente, passa a vida tentando compensar isso se dedicando aos outros e insconscientemente se perguntando se merece ser amado. 

Mas há uma característica que todos nós podemos compartilhar com Vyni. Ele é jovem, muito jovem. Quem nunca foi como ele, apaixonado por alguém que não te dava a mínima ou que ficava apenas te iludindo? Todos fomos Vyni um dia na vida. 

E hoje o meu desejo seria que todos fôssemos a favor do Vyni, para que ele tivesse mais uma oportunidade no jogo.

Se não for possível, Vyni que não se preocupe. Aqui na Vicente Leite, pelo menos, pode ter certeza que tomos somos Vyni e temos orgulho de você ter chegado tão longe, apesar de tudo.