Quem nunca desceu a rua São Pedro reparando nas vitrines ou comeu doce em Madeilton na Santa Luzia talvez ainda imagine que Juazeiro do Norte é uma cidade sertaneja cuja vida gira em torno da estátua do Padre Cícero. Ele é certamente a figura mais importante, mas há muito o Cariri vive uma expansão da economia para além do turismo religioso.
Os romeiros que chegam aos milhares para visitar igrejas são apenas uma porção dos visitantes diários desta cidade. Equidistante das capitais nordestinas, Juazeiro do Norte ocupa o meio do sertão como um dos principais polos de comércio, educação e saúde. Esses três setores atraem visitantes diariamente. Eles chegam usando carro próprio, ônibus, avião ou de topic, o transporte mais usado por quem desembarca no Cariri.
Estudantes escolhem morar aqui para cursar a graduação dos sonhos. Pacientes vêm de outros estados em busca de tratamento de saúde particular e pelo SUS. E a vocação comercial atrai lojistas que deixam a cidade, todos os dias úteis, com sacolas cheias de produtos para revender. Barbalha e Crato, municípios vizinhos, também são beneficiados por esse fluxo. O Crajubar já soma meio milhão de habitantes. É mais que Palmas; é uma Macapá, ambas capitais.
Entender que Juazeiro do Norte vai além das romarias significa dar à cidade a dimensão que ela merece. E é também uma forma de reconhecer a própria força da devoção no Padim. Afinal, como sempre dizem, esta metrópole no semiárido é o maior milagre que se pode atribuir a ele.
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