A saída de participantes do BBB a cada semana faz parte do jogo e alimenta narrativas. Porém, antes de tudo, consegue encerrar histórias, das melhores às mais absurdas. No caso de Gabriel, a eliminação pelo público com pouco mais de 53% dos votos significa um reinício necessário para o reality show.
Antes de tudo, Gabriel foi o agente direto em cenas difíceis de se assistir na televisão. As atitudes do modelo, o tratamento concedido à parceira no jogo, Bruna Griphao, os gestos e declarações preconceituosas e a declaração abusiva sobre cotoveladas marcaram o início do programa de forma negativa, em um enredo pesado de acompanhar pela semelhança com cenários tão tristes da realidade.
O peso da presença dele na casa mais vigiada do Brasil foi tanta que a intervenção se fez necessária, marcando de forma direta uma necessidade: a participação dele devia ser encerrada. Os participantes, no entanto, não pareceram compreender. Tentaram de tudo para salvá-lo, enquanto ele buscava apoio a todo custo.
Saída importante
Não adiantou. Ainda que muito se tenha tentado defender Gabriel, sob justificativas esdrúxulas de ele ser apenas um menino, prevaleceu a importância do recado de que relacionamentos tóxicos não podem ser vistos, de forma alguma, como entretenimento.
A saída, assim, tem o peso de uma vitória. A eliminação dele não só interfere no jogo ou recalcula rotas, está representada por uma espécie de atestado para que histórias como essa não se repitam de maneira automática.
O BBB 23, claro, não significa o fim de um problema grande que machuca milhões de mulheres em todo o mundo. Apesar disso, sentir um mínimo basta a atitudes como essa, traduzido em votos de preferência pública, serviu como um alento para que casos desse tipo não sejam vistos com naturalidade, mesmo em um reality show.