Crias do Mondubim, em Fortaleza, dois irmãos vêm sendo destaque no Karatê-Dô Tradicional, arte marcial que tem a força e o estilo mais combativo, como grande diferencial das outras modalidades, e que usa principalmente chutes, socos, cotoveladas, joelhadas e golpes com a palma da mão aberta.
Thiago e Felipe Nogueira, de 21 e 18 anos, respectivamente, iniciaram na modalidade bastante jovens, em 2014, através de aulas no Cuca. Em oito anos, eles ganharam espaço na modalidade e, agora, após resultados no Campeonato Brasileiro, foram convocados para a Seleção Brasileira.
Em entrevista à coluna, Thiago contou sobre essa parceria familiar e explicou em relação à modalidade, que ele tem como, em sua definição, um “estilo de vida”. “É uma parte da vida já integrada e tem dedicação como tal, mas não tem retorno financeiro.” O jovem divide a rotina de treinos com a faculdade de Direito e não vê perspectivas de se manter apenas na modalidade.
O último grande desafio foi o Brasileiro, realizado em Fortaleza, neste mês. Confira os resultados dos irmãos:
Thiago:
1° Lugar Fuku go
1° Lugar Enbu Masculino 18-21 anos
2° lugar Kumite Equipe 18-21 anos
3° lugar Kata Equipe 18-21 anos
4° lugar Kata individual
Felipe:
1° Lugar Enbu Masculino 18-21 anos
2° lugar Kumite Equipe 18-21 anos
3° lugar Kata Equipe 18-21 anos
3° lugar Kumite individual
São nove medalhas que garantiram vagas para o Mundial, que acontece em novembro, na cidade de Grankska Gora, na Eslovênia. Mas para participar das competições fora do Estado é preciso contar com suporte. Tanto que, para garantir a ida à Europa, ele já adianta os planos de fazer rifas, campanhas e pedágios.
No Mundial de 2019, Thiago foi 1° lugar no Enbu masculino 18-21 e 3° no Kumite individual. Para a competição que se aproxima, o jovem adianta as expectativas:
“A melhor parte será treinar com todos os técnicos e atletas adultos que têm um altíssimo nível. Outra parte de grande realização será conhecer outro país, outro continente. Melhor ainda com irmão e com a câmera para registrar o máximo. Quanto aos resultados, a torcida é para algum título.”
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Contar com um suporte familiar faz diferença nos treinos mas, principalmente, nas competições. Thiago destaca a conexão entre a dupla, que tem histórico de parceria. Começaram na modalidade no mesmo dia e chegaram à faixa pretas também juntos. O momento dos torneios é, para o atleta, um grande diferencial, não apenas pela disputa em si, mas por todo o contexto.
“O melhor são os treinamentos (a equipe se reúne antes das competições para uma espécie de concentração), você ter contato com os técnicos e quem tem mais experiência. A competição em si é celebração”
Apesar da juventude, o karateca sabe bem das limitações da vida esportiva e não esconde a vontade de dividir os conhecimentos:
“Sou oriundo de um projeto social e quero retribuir todo esse conhecimento. O retorno maior vai ser estar ali, passando tudo que aprendi.”
Thiago já teve oportunidade de dar aulas como professor substituto e destaca a importância de estar sempre atraindo mais pessoas para o esporte. É talento cearense querendo propagar ainda mais o nome do nosso Estado para o mundo.