O término das temporadas de clubes pelo mundo é prenúncio de que as disputas pelas seleções se aproximam. Marcando esse início, a Liga das Nações (VNL) abre o calendário internacional de competições que tem como disputa mais aguardada o Mundial, no 2º semestre.
O ano de 2022 acabou por se tornar ainda mais importante no curto ciclo olímpico que levará até Paris 2024. Logo após a última edição das Olimpíadas, quando a equipe feminina conquistou a prata e a masculina amargurou um quarto lugar cheio de reviravoltas, muito se falou sobre o que seria preciso para o País voltar ao topo e renovação talvez seja uma das palavras-chave.
Nas listas de inscritos na VNL, o que se observa é uma mescla de velhos conhecidos com nomes que se destacaram nas competições nacionais e podem despontar também na seleção.
A seleção feminina tem para essa temporada dois desafios de conquistar títulos inéditos. A Liga das Nações vem sendo dominada pelos Estados Unidos, que levou as três edições da competição. Já o Mundial é o grande título que ainda falta para seleção, que nem com a geração mais vitoriosa, bicampeã olímpica, conseguiu conquistar o ouro na competição.
Este, que deve ser o último ciclo com José Roberto Guimarães à frente do grupo, promete ter disputas acirradas pela titularidade. A seleção feminina vive um momento de retomada desde as últimas Olimpíadas. Grandes nomes deixaram de estar à disposição como Camila Brait, Fernanda Garay, Natália Zilio e Tandara (ainda sem resolução para o suposto caso de doping que a deixou de fora da reta final dos Jogos).
Entre as convocadas, nomes como Gabi, Carol, Rosamaria, Macris e Roberta devem puxar a frente de uma liderança, já que são referência e devem ser a base do grupo. Mas destaques da temporada prometem trazer a esperança de renovação que a seleção passou alguns anos sem conseguir efetivar, como KIsy, Karina e Ana Cristina (já com a prata olímpica). Jovens atletas, que devem dar gás extra que a equipe tanto precisa.
Mas atenção torcedor! Início de ciclo é sempre tudo novo de novo! Não dá pra esperar um grupo sólido desde o início, até mesmo por isso há 25 jogadoras inscritas, que devem passar por revezamento. O momento é de testar e redescobrir quem pode levar o Brasil ao topo de novo, desbancando as poderosas americanas, que conquistaram todas as últimas principais competições.
Confira a escalação completa da seleção feminina:
Entre os homens, o cenário é um pouco diferente, apesar de a seleção também contar com muitas peças novas. O técnico Renan Dal Zotto costuma apostar em peças base e o time principal deve contar com: Lucarelli e Leal nas pontas, Bruninho levantando, Alan como oposto (Wallace, apesar de inscrito, já havia afirmado que estaria encerrando seu ciclo na seleção, é esperar pra ver), Lucão e Isac ou Flávio no meio e, por último, uma posição que vem levantando polêmicas: a de líbero. Desde Serginho, o melhor que já tivemos, não se encontrou uma peça à altura para a função.
No último ciclo, Thales e Maique revezaram na posição, sendo o primeiro amplamente priorizado, em algumas vezes, em momentos questionáveis. Não há dúvida sobre o talento de Thales, mas é preciso puxar um retrospecto recente. Maique foi destaque na Superliga, uma das peças fundamentais que ajudaram o Minas a garantir o 2º lugar. O atleta de 24 anos vem pedindo passagem mais definitiva na seleção. Pode ser na Liga das Nações.
A seleção masculina viveu praticamente quatro ciclos no auge, com algumas baixas, mas quase sempre no domínio. Apesar de ainda liderar o ranking da federação internacional, nas últimas principais disputas vem deixando a desejar. Além de Tóquio 2020, os dois últimos mundiais foram de derrota para a Polônia nas finais. Após as Olimpíadas, no ano passado, o comandante Renan chegou a ser muito questionado , mas a decisão da Confederação Brasileira de Vôlei foi por manutenção.
Confira a escalação completa da seleção masculina:
Nova temporada traz perspectivas que só inícios de ciclos podem proporcionar. Apesar das diferenças, as duas seleções vão em busca dos mesmos objetivos, que é jogar em alto nível e quem sabe ao fim dessa jornada olímpica chegar ao inédito ouro nas duas categorias, em uma mesma edição dos Jogos, em Paris 2024. Talentos não faltam, tanto no feminino, quanto no masculino é possível alcançar um equilíbro que coloque o Brasil em condições de disputar de igual para igual com grandes potencias mundiais da modalidade.