Um dos ritmos musicais em alta no Brasil é o trap. O Ceará é uma das regiões com nomes em evidência, como o cantor Matuê.Também de Fortaleza, o jovem Wellisson chegou até atrair olhares de grandes produtores. Em simultâneo, empresários cearenses — conhecidos por grandes festas de forró e sertanejo — começaram a investir nos trappers com mais força.
Em 2022, quem busca shows aos fins de semana em Fortaleza, encontra novas festas com nomes como L7nnon, Teto, Hungria, Will, entre outros artistas locais.
O empresário Eugênio Parente, responsável por festas como a Vybbe Junina e agendas de nomes como Matheus Fernandes, revelou à coluna que grandes shows estão agendados até 2023 com nomes como o de Matuê na região no Norte e Nordeste.
Estamos fazendo em Fortaleza, agenda de Hungria e L7nnon. Estamos fazendo em Teresina e em Aracaju, shows com Matuê e Hungria. A gente tá investindo forte nesse novo gênero por ser tendência. Os jovens estão curtindo muito esse ritmo [trap]. Eles [trappers] estão sempre em primeiro lugar nas plataformas digitais. Avaliando performance, o investimento está aumentando para trazer esses produtos não só para o Ceará, como no Nordeste na totalidade.
Ainda segundo o empresário, o avanço do gênero fez com que o mercado voltasse olhos e ouvidos para novos nomes do trap. "Dos que estão ainda em crescimento tem o Greg, um menino que tá forte na Europa e aqui tá chegando com força. Nós também estamos fazendo, incluindo ele em grade".
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Na visão de Eugênio Parente, no quesito retorno financeiro, são muito parecidos os cachês desses artistas, os de trap com os de forró.
"Se equivalem aos cachês de bandas de forró. Não são tão gigantescos ainda como grandes nomes do sertanejo. Em relação de lucratividade, os eventos são muito parecidos, a quantidade de venda de ingressos e custos também, além das exigências por parte deles serem as mesmas. Todo mundo quer um bom palco, luz e som", detalhou o empresário.
A empresária Clara Frank, conhecida por organizar eventos como Bloquinho de Verão e até o Camarote Mucuripe, fez o primeiro teste com um nome do trap em julho deste ano. No Centro de Eventos, ela realizou show da nova fase musical do cantor Matuê.
"A gente já tinha uma data fechada com ele seis meses antes da pandemia estourar. Já estávamos tudo fechado. Não é aquele negócio de que 'a gente só foi atrás de quando menino for um sucesso', muito pelo contrário. A gente é muito bairrista. Eu prezo muito por levantar quem é do Ceará. A gente viu muito futuro nele, muito trabalhador", ressaltou Clara Frank.
Tudo indica que faremos shows do Matuê duas vezes ao ano em Fortaleza. Um em um festival e outro uma edição própria.
Na avaliação da empresária, a realidade de produção do trap no Brasil é bem semelhante a de outros gêneros musicais. "Nosso primeiro show atingiu o dobro da expectativa. Prezamos muito pela experiência. Se tivéssemos ido para um local maior, teria sim crescido. Não crescemos por escolha nossa. Queríamos que o primeiro fosse inesquecível".