Indicação de mulheres para ministério de Lula segue como promessa após anúncio de primeiros nomes

"Vocês vão ver mais mulheres e mais negros aqui", disse o presidente, logo no começo do discurso, antecipando-se a críticas

Legenda: Lula ao lados dos primeiros ministros anunciados para 2023
Foto: Reprodução

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva confirmou os primeiros nomes que vão integrar a Esplanada dos Ministérios a partir de 2023 nesta sexta-feira (9): todos homens. Não foi dessa vez que o petista começou a cumprir a promessa de aumentar a representatividade de mulheres no governo federal.

Ao chegar à coletiva de imprensa para anunciar os cinco primeiros ministros, Lula começou se justificando sobre os questionamentos em relação a mulheres e negros. Ao lado dele, estava apenas a presidente do PT, Gleisi Hoffman, entre homens.

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“Vocês devem estar pensando, ou alguém tá com pergunta preparada: ‘presidente Lula, não tem mulheres, não tem negros?’. Vai ter uma hora que vocês vão ver mais mulheres e mais negros aqui”, comprometeu-se o petista durante o discurso.

A equipe de transição de Lula tem cerca do dobro de homens em relação a mulheres. De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, entre os nomeados até agora para a coordenação do gabinete de transição, o conselho político e os 31 grupos técnicos, há 207 homens e 113 mulheres, quase o dobro de indicações masculinas.

Em seu plano de governo, Lula promete ações para o público feminino como a recriação do Ministério da Mulher, o combate à violência e o fortalecimento ao SUS para as mulheres. A campanha petista também se comprometeu em trabalhar para diminuir os retrocessos históricos do Brasil contra negros, indígenas e mulheres. 

Ainda durante a campanha, no entanto, Lula evitou se comprometer em nomear metade dos ministérios com mulheres. 

Em 2022, o resultado eleitoral foi preocupante para a população feminina. Seguimos abaixo da média mundial de representatividade e não alcançamos nem sequer 20% de eleitas e reeleitas.

A preço de hoje, Lula segue sem cumprir com a promessa de fortalecer a representatividade de mulheres. Levar o discurso para a prática é um desafio importante da articulação política do próximo governo. Faz tempo que nos dizem que "as mulheres vão chegar", que "vamos ver mais mulheres aqui". A hora das promessas já passou. Agora é hora de agir. 

Veja quem são os cinco primeiros ministros:

  • Ministério da Fazenda: Fernando Haddad
  • Casa Civil: Rui Costa
  • Ministério da Defesa: José Múcio Monteiro
  • Ministério da Justiça e Segurança Pública: Flávio Dino
  • Ministério das Relações Exteriores: Mauro Vieira
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