Capitão Wagner diz que Camilo tenta 'transferir responsabilidade' na segurança pública

O deputado federal é líder da oposição no Estado e tem carreira na área da segurança

Legenda: Capitão Wagner teve 48,31% dos votos pela Prefeitura de Fortaleza em 2020
Foto: Camila Lima

O deputado federal Capitão Wagner (Pros), pré-candidato ao Governo do Estado, rebateu as críticas do governador Camilo Santana (PT) nesta quinta-feira (10) e disse que o petista tenta "transferir uma responsabilidade que é dele". 

"Ter humildade para reconhecer que não consegue resolver um problema é muito mais honesto do que tentar transferir uma responsabilidade que é dele", afirmou, em nota, sobre a gestão do governador na área da segurança pública.

Veja também

Em evento para lançar o Programa de Prevenção e Redução da Violência (PReVio), Camilo subiu o tom contra o adversário político ao ser questionado sobre as críticas que sofre do grupo de opositores, principalmente oriundos das polícias.

"Qual contribuição ele tem dado nessa área do Estado como parlamentar, como deputado federal?", respondeu Camilo. Pouco depois, ele voltou ao assunto: "Qual é a sugestão dele para a segurança pública, sabe alguma? A única contribuição que ele deu foi fazer dois motins e prejudicar a segurança pública no Ceará", complementou.

Horas depois, Wagner enviou nota sobre os ataques: "O medo que a maioria dos cearenses sente hoje, responde essa pergunta. O Ceará é o segundo Estado mais violento do país por conta do domínio das facções e da falta de ações efetivas de inteligência e prevenção", diz o deputado.

Ele ainda faz críticas à recente mudança no fardamento dos policiais. "O Governo do Estado pode querer maquiar a verdade na propaganda oficial, ou achar que mudando a cor do fardamento dos policiais solucionará o problema, mas o medo é uma dor que o cearense continua enfrentando no dia-a-dia", pontuou.

Eleições de 2020

Essa não é a primeira vez que Camilo sobe o tom contra Wagner, resgatando o envolvimento do parlamentar com os motins de policiais militares no Ceará em 2011 e 2019.

Durante a campanha eleitoral pela Prefeitura de Fortaleza, Wagner disse, em entrevista ao programa PontoPoder Eleições, que não apoiou o motim que culminou para paralisação de fevereiro de 2019, tentando se distanciar dos desgastes do assunto.

"Vi hoje no DN entrevista do Capitão Wagner dizendo não ter apoiado o motim deste ano, que aterrorizou o Ceará. Não é verdade. Tanto liderou o motim de 2011, como teve participação direta nesse último motim, que teve clara motivação política, para desorganizar a segurança do Estado. Capitão Wagner participou ativamente de manifestações com encapuzados, discursou no Batalhão dos amotinados e teve seus aliados na linha de frente, todos integrantes de seu grupo político e candidatos ao seu lado. As notícias e imagens estão aí para quem quiser ver. (...)", escreveu nas redes sociais.

Capitão Wagner, na ocasião, preferiu não prolongar a discussão. "Não vou pra um embate que não foque as soluções para os problemas de Fortaleza", disse.

Nesta quinta-feira, o pré-candidato em 2022 voltou a relembrar o episódio: 

“Camilo me atacou em 2020, na época da eleição de prefeito e, agora, em 2022, voltou a me atacar. E como já tinha me comprometido em algumas entrevistas à imprensa, não vou bater boca com ele, nem com ninguém que venha de lá pra cá querer me puxar para esse ringue”, disse Wagner. 



Assuntos Relacionados