O senador cearense Tasso Jereissati (PSDB) deverá abrir mão de disputar as prévias internas do seu partido com vistas à corrida presidencial de 2022 para apoiar a postulação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
O anúncio poderá acontecer ainda nesta terça-feira (28) em Brasília, para onde Tasso está indo na noite desta segunda-feira (27). A informação, dada pela colunista do Estadão, Eliane Cantanhêde, foi confirmada por esta Coluna com interlocutores do senador cearense.
Ao desistir da corrida presidencial, Jereissati confirma uma tendência natural que existia desde o início dos debates interno quando teve o nome colocado por correligionários como um perfil para a sucessão Jair Bolsonaro.
Tasso, entretanto, não deverá se distanciar do processo sucessório nacional. Ele terá papel preponderante internamente, no tucanato, e também no diálogo com outras legendas para buscar uma candidatura de centro, que se contraponha à provável polarização entre Bolsonaro e Lula.
Eduardo Leite fará embate direto com o governador de São Paulo, João Doria, pela indicação do partido para concorrer à Presidência da República. No início desta semana, o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, abriu mão de sua candidatura para apoiar a postulação de Doria.
Caso confirme a hegemonia do diretório paulista, Doria tem grandes chances de levar a escolha interna. Leite, entretanto, tem recebido apoios importantes como o de tucanos de Minas Gerais, outro grande reduto da legenda.
Impactos no Ceará
Em 2020, o parlamentar reatou aliança local com o grupo liderado pelos irmãos Cid e Ciro Gomes, do PDT, em torno da candidatura de José Sarto à Prefeitura da Capital, e a Ivo Gomes, em Sobral.
Recentemente, Tasso considerou que o PSDB deveria abrir diálogos com partidos que possam vir a ser aliados em 2022, entre eles o PDT. Nos bastidores, a informação é de que o senador cearense conversa com Eduardo Leite no sentido de abrir diálogos com outras legendas.
O líder tucano, mesmo sem ser candidato, deverá ter influência na eleição presidencial, pela posição de sobriedade que tem desempenhado no Senado Federal.