Sem formalização no TSE, primeiro evento do União Brasil gera saia justa a Capitão Wagner

Até o momento, o comando estadual não consta na Justiça Eleitoral e a direção nacional da Legenda silencia sobre qualquer confirmação

Legenda: Nas última quinta-feira (17), Capitão Wagner reuniu aliados em entrevista coletiva para anunciar o comando do União Brasil
Foto: Fabiane de Paula

O deputado federal Capitão Wagner, que anunciou recentemente a confirmação de que será o presidente estadual do União Brasil no Ceará, comanda, daqui a pouco, o primeiro evento do partido diante de uma saia justa perante os simpatizantes. Até o momento, não foi publicado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o documento que formaliza a nova direção partidária local, o que tem gerado especulações.

O evento desta terça-feira (22) tem o objetivo de fazer novas filiações, mas o fato de não haver ainda um comando local oficializado dificulta os movimentos políticos e gera incertezas.

Há fatos concretos para considerar não ser impossível uma reviravolta no caso, embora seja improvável, na avaliação deste colunista.

A publicação da nova direção local vem sendo prometida pelo comando nacional desde o começo da janela partidária, em 3 de março. A cada dia aparece uma justificativa e uma data diferente para a confirmação, enquanto os diretórios de outros estados já estão resolvidos e publicados.

Silêncio nacional

Além disso, à imprensa, ninguém da executiva nacional confirma que esteja “tudo resolvido” em relação ao partido no Estado. Embora o concorrente direto de Wagner na disputa pelo partido, caso de Chiquinho Feitosa, tenha já se filiado ao PSDB e assumido o diretório regional do partido, os constantes adiamentos já deixam alguns oposicionistas inquietos no Ceará.

As dúvidas aumentaram no início desta semana. Na mídia nacional, notícias dão conta de um contato do União Brasil com o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, para tentar construir uma aliança de terceira via, conforme a Folha de S. Paulo.

Além disso, uma declaração do senador Cid Gomes (PDT), dada na segunda-feira (21), agitou os bastidores. O parlamentar e desafeto político de Capitão Wagner, ao ser questionado pelos repórteres em evento no Palácio Abolição, disse o seguinte: "Procure ver se já está feita a Comissão Provisória do União Brasil no Ceará. Em outros estados, já está".

Novos contatos

A reportagem do Diário do Nordeste causou repercussão nos bastidores. Esta coluna apurou que houve uma série de questionamentos e ligações de pretensos aliados ao deputado federal e a líderes próximos dele sobre o assunto.

Apurou ainda que o último contato feito com o presidente nacional da sigla, Luciano Bivar, deu aos oposicionistas no Ceará mais certeza de que o comando está mesmo resolvido em favor de Capitão Wagner. Enquanto não confirmar, entretanto, seguem as especulações.