Em março passado, o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), abriu a temporada de posicionamentos públicos de figura do PDT sobre a sucessão estadual. Ele externou, na ocasião, posição em favor do nome do seu antecessor, Roberto Cláudio, para a disputa. Mesmo assim, neste momento, o prefeito prega respeito entre os aliados e diz que o falatório causador do estremecimento da aliança governista será superado porque as lideranças são “maduras” e chagou a dizer que “tem muita torcida” por trás das opiniões.
José Sarto concedeu entrevista, na manhã desta quinta-feira (19) à Verdinha e à TV Diário em que abordou aspectos da gestão pública e também da conjuntura política em que seu partido e a coligação que dá sustentação ao seu governo estão passando por turbulências.
“Aqui no Ceará, temos um projeto vitorioso. Esses partidos (do projeto) têm lideranças experimentadas, maduras, que já passaram por outros processos e estão acostumadas com o puxa-encolhe de opiniões. Às vezes um ou outro, mais torcedor do que opinador. O cara vai dar opinião, mas está é torcendo mesmo”.
Mesmo reforçando a compreensão de que Roberto Cláudio seja o mais indicado para o momento como candidato a governador, o que reforça o seu posicionamento anterior, Sarto fez sinalizações à governadora Izolda Cela.
“Izolda é um quadro extraordinário, de pessoa humana que tem visão, vocação popular. Tenho o privilégio (na época de presidente da Assembleia) de ter compartilhado com ela e com o governador Camilo momentos dificílimos da vida cearense como nos momentos de rebelião no sistema prisional, no motim e na crise sanitária. Os dois se mostraram líderes. Na tempestade, foram testados”, complementou.
Apesar das movimentações de aliados de lado a lado, inclusive que envolvem o PT, um dos maiores partidos da Aliança, Sarto disse considerar que “ao fim do processo, prevalecerá o bom senso (que seria a manutenção da aliança entre os dois partidos).
Contexto da Capital
Fortaleza, principal cidade do Estado, deu início aos focos de incêndio na aliança governista montada em 2006 com a eleição de Cid Gomes, então filiado ao PSB, ao governo do Estado. Em 2012, em meio a um processo de debate, PT e PDT romperam a aliança e bateram chapa. Naquela campanha, Roberto Cláudio acabou saindo vitorioso e Elmano Freitas (PT), ficou em segundo lugar.
As rusgas na Capital permanecem desde então. O partido fez oposição às duas gestões de Roberto Cláudio. Já na nova administração, Sarto convocou o petista Ilário Marques, ex-prefeito de Quixadá, para compor seu time de auxiliares, numa sinalização à legenda.
Na Câmara, porém, a bancada do PT segue crítica ao governo. A definição do candidato ao governo do Estado, que geralmente fica para a última hora, pode ser antecipada, admitiu o senador Cid Gomes em conversa com parlamentares.