A comitiva presidencial deverá chegar ao Estado nesta sexta pela manhã para a entrega de unidades habitacionais do programa Casa Verde e Amarela em Juazeiro do Norte e Crato. Bolsonaro, em praticamente todas a viagens em território nacional, tem aparecido publicamente sem máscara e feito críticas às medidas de distanciamento social adotadas por prefeitos e governadores.
Nas outras duas viagens de Bolsonaro ao Ceará, Camilo Santana não compareceu ao ato e fez críticas à presença do presidente por conta da geração de aglomerações em meio à pandemia e o descumprimento dos decretos. Desta vez, novamente, o governador anunciou, em entrevista a este Jornal, que não deverá acompanhar a comitiva que virá ao Ceará.
Na última vez que Bolsonaro veio ao Ceará, em 26 de fevereiro deste ano, houve troca de farpas entre os dois. Bolsonaro criticou governadores pelo “fechamento” das atividades econômicas e recomendou aos gestores que fossem “às ruas” ouvir à população. Por meio do twitter, indiretamente, respondeu que aqueles que descumprem as medidas serão “julgados pela história”.
Em tempos normais, o acompanhamento das comitivas presidenciais são protocolares para os governadores, independentemente das correntes ideológicas. Entretanto, desde que Bolsonaro foi eleito e após o início da pandemia, os desentendimentos de compreensão sobre os efeitos e as normas de contenção da pandemia dividem os gestores.
Na chegada das águas da Transposição do Rio São Francisco ao Estado do Ceará, em junho do ano passado, o governador também não havia comparecido ao ato com o presidente. Agora, pela terceira vez, haverá embate político. Como pano de fundo, agora, a decisão judicial que obriga a imposição de regras para a entrada no Estado por meio de voos.
A visita de Bolsonaro ao Ceará tem mais um elemento de disputa política.