Órgãos federais liberam obra emergencial na praia de Jericoacoara

Intervenções foram iniciada pela Prefeitura de Jijoca sem autorização, mas estava causando danos a moradores e turistas.

Escrito por
Inácio Aguiar inacio.aguiar@svm.com.br
(Atualizado às 13:19)
Legenda: Em novembro, a SPU embargou uma obra do município por falta de licenciamento e multou hotéis por invasão de áreas públicas
Foto: Divulgação/SPU

Após reunião recente entre o Ministério Público Federal (MPF), a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), o Ibama e a Prefeitura de Jijoca de Jericoacoara, os órgãos federais decidiram liberar, de forma parcial e condicionada, a retomada da obra na praia de Jeri, antes embargada por ausência de licenças e riscos ambientais. 

A liberação ocorreu em caráter excepcional, após a Prefeitura apresentar um projeto básico emergencial. O objetivo, segundo o MPF e a SPU, é sanar os riscos deixados pela obra paralisada, como grandes pedras soltas, bueiros abertos e fiações elétricas expostas, problemas que colocavam em risco moradores e turistas que circulam pela região central da vila.

O acordo também inclui a desocupação de áreas públicas por hotéis da orla.

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Intervenções emergenciais 

O MPF e a SPU, no entanto, foram firmes ao reiterar que a liberação se refere exclusivamente à correção de riscos imediatos. Qualquer intervenção maior só será permitida com a realização de um estudo técnico de oceanografia para saber qual tipo de intervenção deve ser feita na área. 

“Nenhuma intervenção será permitida sem a realização de um estudo amplo, feito por institutos de pesquisas especializados”, diz o procurador da República, Alessander Sales. 

O entendimento é que, embora as falhas na condução da obra sejam evidentes, manter o canteiro abandonado e em condições precárias também era insustentável. 

O alerta que a coluna fez 

Esta coluna alertou para a falta de planejamento e transparência na condução da obra de requalificação da orla de Jeri, uma das joias do turismo cearense. A intervenção, iniciada sem as devidas licenças ambientais e sem articulação clara com os órgãos federais que regulam o uso de áreas costeiras, foi rapidamente embargada. 

Agora, sob orientação, a Prefeitura de Jijoca terá que se adequar a cumprir a legislação e realizar um estudo estruturado sobre o que deve ser feito na área.