Oposição dá nó tático na base governista em dia de votação estratégica na Assembleia

No primeiro dia de sessão obrigatoriamente presencial, parlamentares da base demoraram a chegar ao plenário

Escrito por
Inácio Aguiar Inacio.aguiar@svm.com.br
(Atualizado às 12:12)
Legenda: De Assis Diniz (ao centro) teve que dar um prazo de 10 minutos para a chegada dos parlamentares
Foto: Junior Pio/Alece

O primeiro dia de retomada das sessões 100% presenciais na Assembleia Legislativa do Ceará, nesta quarta-feira (6), foi marcado por uma manobra política da oposição que expôs a desmobilização da base aliada ao governo estadual. Em meio à expectativa pela votação de um pacote de medidas do governo para mitigar os impactos do tarifaço americano sobre produtos de exportação, crucial para o setor produtivo e para a preservação de empregos no Ceará, a oposição aproveitou o novo cenário regimental para dar um nó na base aliada. 

Logo no início da sessão, o deputado Lucinildo Frota (PDT), da oposição, solicitou a verificação de presença no plenário durante a leitura da ata. A medida, prevista no regimento, teve efeito imediato: o presidente da sessão, De Assis Diniz (PT), precisou abrir o painel eletrônico e dar um prazo de dez minutos para que os parlamentares ocupassem seus assentos.

Nos bastidores, iniciou-se uma corrida contra o tempo, e contra o constrangimento, com aliados do governo saindo dos gabinetes às pressas para garantir o número mínimo de deputados exigido para a abertura da sessão: 16. 

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Oposição diz ter garantido o quórum 

A surpresa foi que, mesmo diante da mobilização, o quórum só foi alcançado graças à presença de parlamentares da própria oposição, os mesmos que haviam solicitado a verificação. Os opositores, então, não perderam a oportunidade de destacar o episódio como um sinal de desmobilização da base, especialmente em uma sessão estratégica para o governo Elmano de Freitas (PT). 

O episódio causou mal-estar entre os governistas, que reconheceram o deslize. Reservadamente, alguns reconheceram que o episódio pode ajudar a uma mudança de postura dos parlamentares para que estejam presentes no momento da sessão, o que seria óbvio.