O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trabalha na montagem de uma equipe de ministros para sinalizar o reflexo da "frente ampla" que uniu partidos e correntes para a vitória no segundo turno da eleição. Lula quer contar com quadros de destaque, mas terá que equilibrar as indicações com a formação da base de apoio no Congresso Nacional, principalmente no Senado, que terá perfil mais conservador.
Isso significa que além da preocupação em montar uma equipe qualificada para o governo, Lula terá que mover peças também na Câmara e no Senado para formatar uma base de apoio que dê tranquilidade e governabilidade à nova gestão.
Esses planos de Lula devem ajudar a definir o futuro do senador eleito pelo Ceará, Camilo Santana, nome frequentemente especulado para a Esplanada dos Ministérios.
O presidente eleito está diante de um xadrez complexo. Quer contar no governo como nomes como Flávio Dino, Welington Dias, Camilo Santana, Jaques Wagner e Randolfe Rodrigues. Entretanto, se convocar essa turma, enfraquece a base governista no Senado.
Por isso, cada passo da estratégia terá que ser milimetricamente pensado para evitar um desgaste do governo no Congresso Nacional.
Futuro político
Camilo Santana desconversa sobre a possibilidade de virar ministro, mas o nome dele é citado em praticamente todas as especulações sobre os auxiliares de Lula. Além dele próprio, a governadora do Estado, Izolda Cela, um nome ligado a ele, é citada com força para ocupar o Ministério da Educação.
Nos últimos dias, surgiram informações de que outro nome ligado a Camilo está sendo cotado para um posto chave na nova gestão: o comando da Polícia Federal. Trata-se do secretário de Segurança Pública do Estado, Sandro Caron. Delegado da PF, ele já atuou na área de inteligência da corporação e é um dos cogitados para a pasta.
Para Camilo, entretanto, tudo não passa de especulação, no momento. Nos bastidores, esta coluna apurou que Camilo pretende ficar exercendo o mandato no Senado. Já está, inclusive, tratando de questões burocráticas como a formação do gabinete e o espaço físico que vai ocupar no prédio da Casa.
Entretanto, o destino dele e dos demais aliados deve dependerá da construção que Lula fará para equilibrar exerício do governo e base parlamentar no Congresso.
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