CCJ aprova PEC que dá aos deputados poder para fiscalizar agências reguladoras

Proposta, que será debatida em comissão especial, é do deputado cearense Danilo Forte (União)

Escrito por
Inácio Aguiar inacio.aguiar@svm.com.br
(Atualizado às 11:50)
Legenda: O parlamentar faz dura crítica ao trabalho atual das agências que, segundo ele, se afastaram da sua finalidade de defender o consumidor
Foto: Câmara dos Deputados

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, na última quarta-feira (22), a admissibilidade de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que retira do Poder Executivo e dá à Câmara dos deputados a competência de fiscalizar as agências reguladoras. A proposta é de autoria do deputado federal cearense Danilo Forte (União) e será submetida à análise de uma comissão especial. 

O autor da PEC, ouvido por esta coluna, argumenta ser “fundamental” haver um controle mais rigoroso sobre as agências reguladoras, uma vez que estas acumulam funções típicas dos três poderes: legislar, executar e julgar. Ele ressalta a necessidade de harmonizar a atuação do Congresso Nacional em relação a essas autarquias, especialmente porque cabe ao Senado a aprovação dos nomes indicados para as suas diretorias. 

Papel das agências 

As agências reguladoras são autarquias federais, com autonomia administrativa e financeira, criadas para fiscalizar serviços repassados à iniciativa privada como telecomunicações, energia elétrica, saúde suplementar, transportes e petróleo. 

Elas deveriam atuar garantindo a fiscalização das empresas do setor e defendendo os interesses do consumidor, mas há muitas críticas à atuação dos órgãos, sobretudo de proximidade com as empresas dos setores que deveriam fiscalizar. 

Comissão especial será criada 

Após a admissibilidade, o rito legislativo determina a criação de uma comissão especial para analisar o projeto que tem gerado críticas na base governista, sob o argumento de retirar prerrogativas do Poder Executivo. 

Depois do debate, o tema será discutido no plenário e, posteriormente, enviado para discussão no Senado. 

“A expectativa é que possamos aprovar essa PEC no ano que vem porque é um setor muito importante para a sociedade e que não está atuando como deveria”, diz o parlamentar.