Indicado pelo PDT como candidato à sucessão de Antônio Henrique (PDT) no comando da Câmara Municipal de Fortaleza, o vereador Gardel Rolim, que exerce a liderança do prefeito na Casa, tem articulação avançada com os colegas para ocupar o posto de comando do Legislativo Municipal.
Na última semana, as articulações avançaram e o parlamentar tem uma lista com aproximadamente 29 vereadores. Na eleição da Mesa Diretora, basta maioria simples para vencer. Como a casa tem 43 membros, a quantidade de apoios do momento já daria ao pedetista a vitória em caso de disputa.
A lista, entretanto, não é garantia de voto, pois as conversas continuam até o dia da votação, que ocorre em 1º de dezermbro.
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Por esse motivo, Gardel diz seguir nas articulações. A ideia dele e do presidente Antônio Henrique, um dos articuladores da postulação, é fazer uma composição para que não haja disputa, ocorrendo apenas uma candidatura.
Neste momento, além de Gardel, o vereador Léo Couto (PSB) também faz articulações para disputar o comando da Casa. Ele, entretanto, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o assunto. Léo é vice-líder do governo Sarto na Câmara, mas está mais próximo de Camilo Santana e do governador eleito Elmano de Freitas, ambos do PT.
Muitas especulações circulam nos bastidores sobre uma possível investida dos líderes estaduais petistas para dar apoio à postulação de Léo. Esta coluna apurou, no entanto, que até o momento, não há sinalizações de que ambos entrem nessa disputa.
Nem mesmo a bancada do PT recebeu qualquer orientação sobre a votação da Mesa Diretora da Casa.
O senador eleito Camilo Santana esteve na Câmara na última quinta-feira (10) para a entrega do título de cidadã de Fortaleza à desembargadora Nailde Pinheiro, presidente do Tribunal de Justiça do Ceará e governadora em exercício.
Em contato com esta coluna, ele negou qualquer articulação.
“A Câmara Municipal tem autonomia. Quem define isso é os vereadores. Não há que se falar em interferência”.
A disputa pelo comando da Câmara traz um componente extra: a eleição de 2024. Após o rompimento entre PT e PDT em nível estadual, o cenário da sucessão do prefeito José Sarto passou a ficar mais indefinido. Para os pedetistas, manter o comando do Legislativo é fundamental para as articulações pré-eleitorais de olho em 2024.
Em nível estadual, PT e PDT tentam um entendimento para retomar a aliança. O governador eleito, Elmano de Freitas, tem dado reiteradas declarações de interesse de contar com o apoio do partido. Internamente, porém, há arestas a serem aparadas após as divergências ocorridas na eleição deste ano.
O PDT criou, inclusive, uma comissão interna para fazer as tratativas e fechar uma posição sobre o assunto.
Neste cenário, um embate na Câmara Municipal, dizem as fontes desta coluna, poderia prejudicar a composição.