O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, anunciou a formação de uma comissão estadual para tratar da posição do partido em relação ao governo Elmano de Freitas. O grupo será composto por quatro integrantes: André Figueiredo, Cid Gomes, Roberto Cláudio e José Sarto. Mais do que tratar da posição em relação ao governo, os líderes terão o desafio de reunificar o partido em meio às divergências durante a eleição 2022.
Lupi, em entrevista a esta coluna, diz, inclusive, que a reunificação é uma prioridade para a legenda. Em três dias, o presidente nacional pedetista manteve diálogo com líderes da legenda no Estado, como o próprio senador Cid Gomes. “Tenho certeza que a unidade partidária está bem encaminhada”, declara.
As palavras de Lupi são em tom conciliador após as divergências que se tornaram públicas para a escolha do candidato a governador do Partido em julho, em uma disputa que se afunilou entre Roberto Cláudio e a governadora Izolda Cela. A chefe do Executivo acabou se desfiliando do partido.
Sobre o episódio, o presidente demonstra querer superar.
“A eleição acabou. Aos vitoriosos, a glória da vitória. Aos perdedores, o reconhecimento de quem venceu”.
A comissão já tem a primeira reunião neste sábado, confirma André Figueiredo. Será na sede do partido em Fortaleza, às 9h.
Sobre o governo Elmano, o presidente nacional disse que a comissão tratará da posição interna, mas não antecipou. "Nós devemos conversar com todo mundo. Estamos abertos ao diálogo", disse.
Turbulências internas
No processo de definição do candidato do PDT, o partido se dividiu entre o apoio a Izolda Cela e a Roberto Cláudio. O ex-prefeito venceu a preferência, mas o racha aconteceu e as divergências foram até o fim do primeiro turno, com um resultado ruim para a Legenda na disputa majoritária.
Ainda na fase de pré-campanha, o senador Cid Gomes, um dos que participam da comissão formada por Lupi, se afastou do processo. Esse fato é apontado por muitos na base governista como determinante para o desfecho da eleição.
Em recente encontro com deputados do Partido, Cid argumentou que se distanciou do processo porque foi feito um acordo para que a candidata fosse Izolda Cela com o apoio do PT, mas que isso foi desfeito.
Agora, o desafio é tentar uma recomposição, tendo em vista que o racha afetou até mesmo a família Ferreira Gomes. Embora Cid não fale sobre o assunto, os irmãos ainda estão sem se falar após o processo eleitoral.