Câmara leva sessões aos bairros e aposta na aproximação entre vereadores e população

Iniciativa permite que o cidadão veja como se vota um projeto, entenda os ritos e possa cobrar de perto seu representante

Escrito por
Inácio Aguiar inacio.aguiar@svm.com.br
Legenda: Leo Couto (PSB) destacou o fato de que a Casa voltou a realizar sessões itinerantes depois de 14 anos
Foto: Mateus Dantas/CMFor

Depois de 14 anos, a Câmara Municipal de Fortaleza volta a sair das paredes de sua sede para realizar sessões plenárias nos bairros da cidade. A iniciativa, batizada de 'Nossa Casa é de Todos', é comandada pelo presidente da Casa, Léo Couto (PSB), e tem como meta levar os trabalhos do parlamento para dentro das comunidades das 12 regionais da Capital. Na prática, é uma tentativa de abrir as portas do Legislativo para quem, muitas vezes, só acompanha os vereadores pela mídia ou pelas redes sociais, quando muito.

Nesta semana, foi uma vez no Conjunto Ceará. Por lá, os parlamentares montaram estrutura, discursaram, ouviram demandas e participaram de uma agenda que incluía prestação de serviços públicos e atendimento direto à população. Tudo em um ambiente fora do habitual: a Escola Municipal Prisco Bezerra virou plenário por um dia.

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Léo Couto celebrou o feito e lembrou que, desde 2011, a Câmara não realizava sessões fora da sede oficial. A retomada do gesto vem sendo bem recebida entre os próprios vereadores, inclusive na oposição. E isso se deve, sobretudo, ao fato de que circular pelos bairros, ouvir de perto as pessoas e se mostrar acessível.

Diante da crise de representatividade, barreiras físicas e simbólicas continuam alimentando a distância entre representados e representantes. Levar a estrutura da Câmara aos bairros não resolve tudo, mas é um gesto de aproximação. Permitir que o cidadão veja como se discute e vota um projeto, entenda os ritos e possa cobrar de perto tem um efeito pedagógico e simbólico importante.

Se o movimento vai se consolidar como prática, ainda é cedo para saber. Mas o gesto aponta uma direção possível: a de uma política mais próxima, acessível e conectada com a vida real da cidade.