Peso nacional: PSD se manifesta pouco, mas quer vaga na chapa de Elmano em 2026

Aliado local, o partido já manifestou seu desejo de ocupar cadeira no grupo majoritário na eleição

Escrito por
Inácio Aguiar inacio.aguiar@svm.com.br
Legenda: Domingos Filho (à esquerda) mantém relação próxima com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab
Foto: Divulgação

Um dos principais partidos da aliança governista estadual, o PSD tem adotado postura discreta no debate público sobre a formação da chapa majoritária de Elmano para 2026, mas nos bastidores já deu seu recado: quer uma vaga. A legenda, comandada no Ceará pelo ex-vice-governador Domingos Filho, atual secretário de Desenvolvimento Econômico, aposta no seu peso nacional para garantir vaga, elevando a complexidade da contemplação dos aliados de Elmano. 

PT e PSD, aliados no governo Lula, tiveram uma reaproximação no Ceará em 2024, quando celebraram um acordo que resultou na vitória de Evandro Leitão (PT) à Prefeitura de Fortaleza, com apoio direto da legenda, que indicou a vice, Gabriella Aguiar, filha de Domingos. Foi um reencontro político depois de caminhos diferentes na disputa de 2022, quando Domingos Filho compôs, como vice, a chapa do pedetista Roberto Cláudio, que acabou derrotado por Elmano e Jade.

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Articulação nacional 

Em conversa ocorrida em Brasília no mês passado, segundo interlocutores, o presidente nacional da Sigla, Gilberto Kassab, sinalizou ao ministro da Educação, Camilo Santana (PT), o interesse do partido em seguir no projeto e discutir a formação da chapa majoritária, pleiteando uma das vagas: vice ou uma das duas cadeiras ao Senado.  

A articulação conta com o respaldo da cúpula petista, que deve liderar as conversas, mas este debate especificamente deverá ficar mesmo para 2026. A estrutura nacional do partido e sua participação tanto em governos de esquerda quanto de direita representam uma flexibilidade que eleva o poder de barganha nos estados. 

Disputa por partidos entre base e oposição

No Ceará, essa configuração pode ser decisiva. Num cenário em que a oposição tenta se reorganizar para a disputa ao Abolição, manter o PSD na base é uma jogada fundamental para Elmano. Além da capilaridade política, o partido tem alguns ativos: tempo de TV, recursos do fundo eleitoral e inserção no Interior. São fatores que pesam no cálculo político de qualquer aliança. 

A costura, entretanto, não é simples. Com quatro vagas, sendo uma já ocupada por Elmano, sobram três postos para, pelo menos, seis lideranças e partidos a serem contemplados. É bem mais gente do que vaga.