No Ceará pela primeira vez nesta campanha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, disse, na entrevista coletiva ao lado de apoiadores, que o governo federal “ajudou” no combate à violência, mas que a Segurança é de responsabilidade dos estados. O presidente falou apenas superficialmente sobre o tema, mas revelou um desejo para a próxima legislatura: aprovar a redução da maioridade penal no País.
Durante toda a entrevista coletiva, Bolsonaro confrontou o “PT” e a “esquerda”. Segundo ele, inclusive, o fraco resultado nas urnas no Ceará - ele teve 25% dos votos, ante 65% de Lula – se deve a “mentiras divulgadas pelo PT”.
O presidente foi questionado sobre as propostas para a área da Segurança, tendo em vista os índices alarmantes da violência em estados como o Ceará. “Fizemos nossa parte. Fizemos muitas operações. Prendemos muitos machões que tinha por aí”, revelou, ao complementar que um dos problemas são jovens de 17 anos que “roubam um celular”.
“Agora, com um Congresso Nacional com perfil mais de centro-direita, se Deus quiser, vamos aprovar a redução da maioridade penal”, bradou o presidente, sem se referir a medidas como, por exemplo, o combate ao tráfico de drogas e de armas e a integração das políticas de segurança pública no País, uma missão que precisa ser tocada pelo governo federal.
As afirmações do presidente refletem o que tem acontecido na campanha eleitoral para a Presidência neste segundo turno. Pouco debate sobre os temas realmente relevantes para o próximo ciclo administrativo no País.
Até aqui, Bolsonaro e Lula reduzem o debate ao que apontam ser “mentiras do adversário” e deixam de oferecer propostas concretas para áreas absolutamente urgentes e relevantes como a política econômica, as bases de um projeto de educação de médio e longo prazo, as saídas para a Saúde e para a crise da violência que afeta todo o País.
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