As apostas do PDT como lideranças após a saída de Ciro Gomes
Lideranças em Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul estão na lista do partido
A presença do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, em Fortaleza no último fim de semana marcou um ponto de virada de página para o partido após a saída do seu principal nome nacional nos últimos 10 anos: Ciro Gomes. Durante a convenção que oficializou as novas direções estadual e municipal no Ceará, Lupi falou em tom de lamento sobre a ruptura com o ex-ministro, mas reforçou que o partido trabalha para renovar seus quadros e consolidar novas lideranças em diferentes estados do País.
“Convivi com Ciro por mais de 15 anos. Temos uma amizade profunda, me senti triste da maneira que ele saiu (do partido). Eu tenho 46 anos no mesmo partido e tenho orgulho disso. Tem gente que acha que partido é um produto descartável. Pra mim, não é. É um pilar da democracia”, afirmou o dirigente pedetista, ao comentar a saída de Ciro, agora filiado ao PSDB.
Ao mesmo tempo em que lamentou a perda, Lupi listou nomes que, segundo ele, podem representar uma nova geração de protagonistas do partido. Entre os citados, estão a deputada Juliana Brizola, no Rio Grande do Sul, neta e herdeira política do ex-governador Leonel Brizola, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, em Minas Gerais, e Roberto Requião Filho, no Paraná.
A menção a Kalil, por sinal, sinaliza uma aposta do PDT em figuras com histórico de protagonismo em seus estados, ainda que vindas de outras legendas.
Kalil foi candidato ao governo mineiro em 2022, pelo PSD, com desempenho expressivo. Já no Nordeste, Lupi mencionou a chegada do ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates (ainda por se filiar), como possível reforço no Rio Grande do Norte, ampliando o leque de lideranças em gestação.
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Reestruturação nacional
A formalização das novas direções do PDT no Ceará e em Fortaleza também marca um reposicionamento do partido no Estado, seu mais forte reduto na última década.
Nos bastidores, há o entendimento de que, embora o peso político de Ciro seja difícil de substituir de imediato, o partido precisa mirar o futuro com uma agenda ligada ao trabalhismo, como reforçou Lupi.
A eleição de 2026, portanto, será um teste importante para medir a força desse novo PDT, tanto no Ceará quanto no plano nacional.