A Latam Brasil vai retomar o hub de Fortaleza a partir de janeiro de 2025. O período de alta estação terá o maior número de operações da companhia desde o ano de 2013. Os dados são da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Serão 958 decolagens entre operações domésticas e internacionais, englobando Latam e a parceira Voepass. É uma média próxima de 31 decolagens diárias, bem mais que as 25 decolagens mínimas que a companhia precisará fazer a partir de janeiro de 2025, nos termos do Decreto 35.547/2023.
Finalmente, a companhia deixa de “andar de lado” em Fortaleza.
A previsão é de 357.248 assentos, sendo 347.048 assentos com Airbus e Boeings (Latam) e o restante da parceira Voepass.
O número representa um crescimento de 15% na comparação com igual período de 2024, quando as companhias ofertaram 310.544 assentos em janeiro.
Será uma alta estação diferenciada também porque será período com maior número de destinos diretos voados pela Latam e pela Voepass:
Com 19 destinos no total, a Latam crescerá em pelo menos dois de três pilares em Fortaleza, porém com chance de crescer nos 3:
A Latam continuará priorizando o fortalecimento do hub Fortaleza na alta estação com bancos de conexão construídos e mais fortes: Manaus, Recife, Belém terão 2 voos diários; haverá 4 voos diários para Congonhas.
O banco da madrugada terá Vitória, o da tarde terá Confins. Que fiquem durante todo o ano de 2025.
Banco da Madrugada (partidas) janeiro de 2025
Banco da tarde (partidas)
O banco da tarde receberá aos sábados o voo inédito da Latam para Santiago no Chile. O tempo de conexão para passageiros que voltam de Miami e chegam em Fortaleza será bastante reduzido.
Agrupamento de voos ao final da tarde com presença de voo para Miami em horário no início da noite.
No primeiro trimestre de 2024, o lucro líquido atribuível aos acionistas da Latam Airlines Group S.A. totalizou US$ 258 milhões, mais de R$ 1 bilhão. Isto representa um número recorde, atribuído principalmente ao forte desempenho durante a alta temporada do setor na América do Sul.
Portanto, para o 1º trimestre de 2025, a companhia, que é líder em market share no Brasil, virá forte buscando ampliar receitas, e Fortaleza está no pacote.
Ainda, o crescimento extremamente relevante no janeiro de 2025 acontece na antessala da Latam receber o fenomenal A321 XLR, que acabou de ser certificado na Europa.
Justamente, o XLR que é esperado na Latam para 2025, 2026. Com esse contexto de crescimento nacional e com crescimento internacional para Santiago, não dá para não pensar que o hub Fortaleza estará bastante mais conectado e fortalecido para ter novos voos internacionais com o narrowbody (avião de corredor único).
Com a sinalização atual e sendo a alta estação de Fortaleza 24/25 excelente, a Latam deverá, sim, basear a aeronave em Fortaleza e tentar crescer no internacional. Fortaleza poderia chegar a ter um mini-hub internacional da Latam, dando ao Nordeste o status de 2º portão internacional do país.
Vale lembrar que apenas a Latam, das empresas nacionais, realizou pedidos do A321 XLR à Airbus.
Ainda, esse incremento de capacidade da companhia acontece num momento em que há fortes negociações da Latam com a Embraer na tentativa de venda de Ejets de 2ª geração da fabricante brasileira.
No dia 5 de agosto, no Chile no Fórum CHILE-BRASIL, com a presença do Presidente do Brasil, Presidente do Chile, Presidente da Embraer e Presidente da Latam, falou-se numa forte disputa entre Embraer e Airbus para até 30 aeronaves regionais à aérea brasileira.
Em se confirmando a compra (tomara que seja da Embraer), Fortaleza teria natural disposição para basear alguns desses Ejets de 2ª Geração ou do Airbus 220, dado que a Latam já tentou algumas vezes desenvolver destinos secundários partindo de Fortaleza, mas a ocupação se mostrou pequena para as aeronaves atuais. Foi o caso de Fortaleza - Maceió e o próprio Fortaleza - Vitória.
Com o E2 para 136 passageiros, além de ser aeronave de ótimo custo por assento, a aeronave sairia lotada com a demanda atual, ou seja, é uma aeronave própria para mercados menores.
Com dois E2 baseados em Fortaleza, haveria formas de serem criados destinos no próprio Nordeste como João Pessoa, Maceió e Aracaju. Seria formidável.
Ao solicitarmos comentários para o crescimento próximo, a Latam limitou-se a dizer que “a Latam sempre avalia as oportunidades para ampliar a sua malha aérea. Qualquer nova operação será comunicada oportunamente pela companhia.”
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*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.