E2 da Latam pode ampliar em até 80% os destinos domésticos em Fortaleza
O dia 22 de setembro deste ano é histórico. A Latam disse sim para as joias comerciais da Embraer, o EJet, E2-195. Já escrevemos sobre como essa aeronave, que terá 136 assentos, de 38 a 40 a menos que o Airbus 320 usado pela Latam, pode ligar hubs menores a várias capitais do Brasil e a cidades do interior, fortalecendo a aviação nacional
E o melhor: a Latam já afirma que o hub Fortaleza “está no radar” do E2, de acordo com o jornal Valor Econômico.
Quais rotas, portanto, podemos ver ressurgindo no Norte-Nordeste e quais novos destinos podem aparecer? Vamos recorrer a exemplos de rotas testados no curto-médio passado. Até 2017, a Latam operava voos entre Fortaleza e Aracaju, com escala em Recife, voos com o Airbus 320.
A ocupação média dos assentos ocupados até Aracaju era de apenas 68%; o voo foi descontinuado na crise pós 2016.
Caso o voo fosse realizado com o E2, teria média entre 80% e 85%, números muito bons.
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Em 2022, pós-pandemia, a Latam surpreendeu ao ligar Fortaleza com voos diários para cidades como Curitiba, Belo Horizonte, Vitória e Maceió.
O voo entre Fortaleza e Belo Horizonte passou por ocupações menores que 80% nos meses de junho e julho passados. Já com o E2, seria um voo para se avaliar dois voos diários. Algo semelhante se daria para a consolidação de um voo diário entre Fortaleza e Vitória, algo que nunca aconteceu.
A Latam ligou Manaus a Porto Velho e Belém a Macapá. Hoje, de maneira regular diária, nenhum desses voos opera. Por quê? Quando olhamos para trás, as ocupações desses voos não foram exatamente boas, o que dá pistas das razões pelas quais esses voos foram retirados.
Os voos entre Porto Velho e Manaus tiveram ocupação de apenas 70%; Belém-Macapá teve ocupação de 71%. Realmente, ocupações que não endossam a consolidação desses. Com o E2, teríamos ocupações beirando os 90%, o que faria com que se pensasse na abertura de uma 2ª frequência.
Novas rotas a partir de Boa Vista podem surgir. Mais recente, em 2023, o voo entre Fortaleza e Maceió, que surpreendeu e demonstrou boa vontade da Latam, teve ocupação média, em 2023, de 69%. O voo foi descontinuado também. Com o E2, seria de 86%.
A ocupação desses voos seria até superior à excelente média de ocupação média da Latam no Aeroporto de Fortaleza no ano de 2025, que é de 83%, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Tudo muda! A Latam dará uma chance valiosíssima a mercados médios e/ou regionais para mostrarem seus valores.
No Ceará, estamos dizendo que uma cidade como Fortaleza poderá, enfim, atingir o status de centro doméstico de conexões, ligada a todas as capitais do Nordeste e ainda a capitais como Belo Horizonte, Vitória e, por fim, polos regionais interioranos.
O mesmo vale para capitais do Norte em relação ao interior da região.
Voos regionais
Deverá ser a redenção também para o próprio voo entre Fortaleza e Juazeiro do Norte, que está se mostrando, de fato, dependente de subvenção para ocorrer. Poderia atingir ocupações próximas a 80% com o E2 e deixar de depender de valores. O mesmo valeria para Fortaleza–Parnaíba.
E que novas bases a Latam poderia abrir no Norte-Nordeste? Vamos começar com uma base recém-divulgada: Campina Grande–PB. Alguma dúvida de que a Latam voará para lá em 2026?
Com o E2, não há mais limites. A Latam poderá voar para Mossoró no próximo ano, quando o aeroporto da cidade estiver totalmente reformado e ampliado? E Fortaleza voltar a ter ligação direta com um belíssimo paraíso como Fernando de Noronha?
Todos destinos que a Latam/Voepass já operaram. Claro que os voos, muito provavelmente, não serão diários, porém é algo que até permite atingir mais destinos diferentes, rotacionando uma mesma aeronave.
Esses pontos todos ficam claros quando pensamos num fortalecimento doméstico de Fortaleza, que certamente ocorrerá, em maior ou menor grau.
Quais novas rotas podem surgir?
Se pensarmos no hub da Gol em Salvador e da Azul em Recife, Fortaleza poderá ter voos para Goiânia e Campinas–SP: os dois hubs (baiano e pernambucano) voam para essas cidades.
Com uma aeronave com menos assentos e mais eficiente, como o E2, é natural pensar no surgimento desses voos a partir do hub de Fortaleza.
"Com todos esses incrementos comentados, Fortaleza poderá crescer substancialmente em destinos. Hoje são 13 destinos domésticos; poderão ser, num primeiro momento, 23.
Possíveis novos destinos:
- João Pessoa
- Maceió
- Aracaju
- Vitória
- Belo Horizonte
- Goiânia
- Campinas
- Mossoró
- Campina Grande
- Fernando de Noronha
Destinos atuais:
- Manaus
- Belém
- São Luís
- Teresina
- Natal
- Recife
- Salvador
- Rio de Janeiro
- Guarulhos
- São Paulo
- Brasília
- Juazeiro do Norte
- Parnaíba
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.