Em novo revés para o hub Latam de Fortaleza, a companhia confirmou à coluna nesta sexta-feira que vai descontinuar a operação entre Fortaleza e Maceió (AL) a partir de novembro. No site da empresa, as passagens não estão mais sendo comercializadas.
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“A companhia prevê a suspensão de algumas rotas a partir de Fortaleza, como é o caso de Vitória (a partir de julho) e Maceió (a partir de novembro), deixando os passageiros com a opção de voarem via conexões”, comunicou a empresa por meio de nota.
A Latam também informou que apesar da suspensão do voo para Maceió em novembro, a companhia seguirá mantendo o ASK (Assentos-Quilômetros Oferecidos) em Fortaleza-Rio de Janeiro/Galeão, Fortaleza-Recife e Fortaleza-Belém, quando comparado a outubro.
“Sobre Fortaleza-Confins, a companhia segue verificando o timing correto para retomar essa rota. A empresa seguirá avaliando oportunidades para operar Fortaleza-Curitiba e qualquer novidade será comunicada oportunamente”, esclareceu a companhia.
A Latam também reforçou em nota que Fortaleza é uma importante cidade-foco dos investimentos da companhia, sendo atualmente a empresa com maior oferta de voos na Capital.
Desde novembro de 2021 até junho desde ano, a Latam movimentou mais de 145 mil passageiros nos voos entre Fortaleza e Maceió, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
A ocupação média do trecho Fortaleza-Maceio foi de 62% em todo 2022, com cerca de 116 passageiros por voo. No trecho Maceió-Fortaleza, a ocupação média foi de 64%, com 122 passageiros em média por voo.
Em 2023, até abril, a ocupação média foi de 60% com 119 passageiros em ambas as pernas.
As ocupações percentuais são mais baixas, dada a grande quantidade de trechos realizados com o A321 de 220 assentos. O A320 possui no máximo 180 assentos.
Essa ocupação diária, ainda assim, encheria 80% de um Airbus A319, que a Latam possui na frota, mas aparentemente, a companhia possui melhores oportunidades para seus menores Airbus.
Em alguns meses de 2022 e 2023, a rota movimentou mais do que a tradicional ligação Salvador - Maceió, rota que opera regularmente há quase duas décadas.
Quem conhece e acompanha a rota diariamente, lamenta pela relevância do destino Maceió e também, porque a demanda é muito variável ao longo da semana: há dias em que a rota é feita com o Airbus 321 e põe mais de 180 passageiros por perna, então realmente, há maior demanda em certos dias. Sabemos, porém, que a Latam não faz destinos quebrados por dias da semana por aqui, o que já chegamos a enaltecer.
O certo é que o hub de Fortaleza sente mais um baque da redução de destinos que, desde a boa retomada de 2021, é o 4º, sem nenhum novo destino desde então:
Adicionalmente, perderam-se ligações de Porto Velho via Manaus e Macapá via Belém.
Segundo a Latam, o projeto hub de Fortaleza está bem e entrega bons retornos aos investimentos feitos, entretanto, a mensagem é ainda de que a conjuntura de combustível e dólar caros pede maximização de receitas.
Entendíamos que a operação Fortaleza-Maceió era estratégia no Nordeste, rentável e barata por ser um trecho de 1 hora 10 minutos. Em outubro, terão sido dois anos de operação ininterruptas, desde 2021.
Há informações da Latam de que as bases Juazeiro do Norte e Jericoacoara não vão tão bem, mas que a companhia continuará aguardando a maturação dos destinos.
Como é elegível à isenção de ICMS ao combustível de aviação em Fortaleza, a Latam, que precisa realizar em média 25 decolagens/dia, e faz o mínimo do mínimo, precisará trocar o destino Maceió por outro destino.
Em Maceió, o voo será trocado por mais opções para Brasília e para Guarulhos, os únicos destinos diretos a partir de Alagoas.
Na ausência do Vitória (a partir de julho), a Latam escalou um segundo voo diário para o Rio de Janeiro - Galeão, que entendemos ser coerente. Aguardamos qual será o destino a substituir Maceió.
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*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.