Reino Unido, fora da UE, quer importar camarão do Ceará

Notícia foi transmitida ao ministro da Pesca, André de Paula, pelo empresário cearense Cristiano Maia, maior criador de camarão do país. O ministro visitou o Vale do Jaguaribe, onde cresce a carcinicultura

Legenda: Deputado Domingos Neto, Cristiano Maia e o ministro da Pesca, André de Paula, em Morada Nova
Foto: Divulgação

Discreto, mas cumprindo uma agenda de total interesse dos carcinicultores cearenses, o ministro da Pesca e Aquicultura, André Paula, visitou ontem fazendas de pequenos criadores de camarão do Vale do Jaguaribe. 

Na companhia do deputado Domingos Neto e do empresário cearense Cristiano Maia, maior carcinicultor do país, o ministro esteve em Limoeiro do Norte e em Morada Nova, onde não escondeu seu entusiasmo com o desenvolvimento dessa nova atividade da região, à qual estão dedicadas centenas de famílias, que antes eram agricultoras.

A visita do ministro André de Paula – que fez, também, um sobrevoo em algumas fazendas da agropecuária jaguaribana, observando os rebanhos bovinos e, também, a colheita e a silagem de milho, sorgo e palma forrageira que serão utilizados no segundo semestre, quando acontece o período de estiagem no Ceará – permitiu-lhe apurar a importância da atividade da carcinicultura no estado, que tem crescido em alta velocidade.

Durante a visita, Cristiano Maia abasteceu o ministro André de Paula de informações a respeito da criação de camarão no Ceará e nos demais estados do Nordeste, onde crescem os investimentos privados no setor, cujas lideranças não escondem o temor diante da possibilidade de o governo brasileiro abrir o seu mercado para o produto do Equador, onde houve uma superprodução, obrigando os carcinicultores de lá a reduzirem seus preços a um nível menor do que o custo de produção no Brasil. 

“Uma importação de camarão do Equador agora significaria duas ameaças: a forte possibilidade de o produto brasileiro ser atacado por doenças que não existem aqui e a destruição da nascente carcinicultura em grande parte da região nordestina”, como disse à coluna Cristiano Maia.

Na conversa que manteve com o ministro da Pesca, Cristiano Maia tratou da reabertura do mercado da União Europeia para o camarão brasileiro, algo de que tratam os Ministérios da Agricultura e Pecuária e das Relações Exteriores. Mas Cristiano, que é também o presidente da Camarão BR, entidade que congrega os maiores carcinicultores do país, deu ao ministro uma boa notícia: 

Nos próximos dias, chegará ao Brasil uma deleção de técnicos do Governo do Reino Unido que cumprirá aqui uma programação de visita a grandes e pequenas fazendas de criação de camarão. Os ingleses – que se desfiliaram da União Europeia – mostraram interesse em importar o camarão brasileiro, e por isto mesmo seus técnicos, entre os quais biólogos, inspecionarão as fazendas de produção, incluindo a maior de todas – a Potiporã, de Cristiano Maia, localizada no município de Pendências, no litoral Oeste do Rio Grande do Norte.

Depois de cumprir a programação no Vale do Jaguaribe, o ministro André de Paula veio a Fortaleza, onde se reuniu, no Palácio da Abolição, com o governador Elmano de Freitas, cuja gestão tem concedido boa ajuda à carcinicultura cearense, reduzindo a burocracia para o licenciamento ambiental das fazendas de criação e, ainda, isentando-a do ICMS. 

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