Para a indústria têxtil, Reforma Administrativa deve vir logo

Fernando Pimentel, presidente da Abit, diz que é preciso modernizar a máquina pública para que ela seja mais eficiente e produtiva

Escrito por
Egídio Serpa egidio.serpa@svm.com.br
(Atualizado às 15:24)
Legenda: Para a indústria têxtil e de confecções, a proposta de Reforma Administrativa deve ser logo aprovada pelo Congresso Naciona
Foto: Divulgação
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Elaborado pelo diretor superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções, Fernando Pimentel, o texto a seguir aborda a necessidade de o Congresso Nacional acelerar a apreciação e a aprovação da Reforma Administrativa.  

Na opinião de Pimentel, essa reforma é tão necessária quanto o foram a Trabalhista e a da Previdência, que, na sua opinião, já merece uma nova revisão. Eis o texto do presidente da Abit:                                               

“Nas últimas décadas, o Brasil avançou em importantes reformas estruturais. Realizamos a reforma trabalhista, a previdenciária – que, aliás, já exige novos parâmetros diante da crescente pressão demográfica – e mais recentemente aprovamos a tão debatida reforma tributária sobre o consumo, que deverá entrar em vigor a partir de 2026. Como pessoas físicas e como empresas, estamos em constante processo de adaptação e aprimoramento. O que deve valer também para o estado brasileiro.  

“Nesse contexto, a reforma administrativa que começa a ser discutida novamente no Congresso Nacional e no Executivo é tão necessária quanto as anteriores. Não se trata apenas de cortar gastos, como por vezes se tenta resumir o debate, mas de modernizar a máquina pública para que ela seja mais eficiente, produtiva e, sobretudo, voltada ao atendimento das necessidades da população.  

“Vivemos uma revolução tecnológica que pode – e deve – ser incorporada à gestão pública. Automatizar processos, integrar sistemas e usar dados com inteligência são caminhos para desburocratizar e melhorar a entrega dos serviços públicos. Isso só será possível, contudo, com a valorização do servidor público, peça central do funcionamento do Estado.  

“Valorizar o servidor é garantir um ambiente meritocrático, com planos de carreira bem estruturados, oportunidades de capacitação contínua e possibilidade de mobilidade funcional para acompanhar as mudanças e novas demandas da sociedade. Também é necessário extinguir ou transformar funções que já não fazem mais sentido e permitir que o Estado se reorganize conforme a realidade do século XXI.  

“A reforma administrativa, por si só, não resolverá o problema fiscal do país, mas será parte importante do processo. Um Estado mais eficiente e previsível estimula a confiança de quem quer investir, seja nacional ou estrangeiro. Hoje, o Brasil investe cerca de 17% a 18% do PIB, quando o ideal seria algo em torno de 25%. Mesmo com o papel relevante dos bancos públicos de fomento, será o capital privado o principal impulsionador dos investimentos necessários ao nosso desenvolvimento.  

“Portanto, é preciso enxergar a reforma administrativa como um processo permanente, adaptável às novas realidades e tecnologias, centrado na valorização do bom servidor, na eficiência da gestão pública e na criação de um ambiente favorável ao crescimento e à prosperidade. Um Estado que se reforma é um Estado que respeita seu papel e sua população.” 

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