Nova queda do preço da gasolina derruba ações da Petrobras
Mercado não gostou da notícia da redução de 4% anunciada pela estatal. Mas o ministro de Minas e Energia admite que o preço poderá cair mais.
Ontem, a Bolsa de Valores brasileira B3, que havia subido no dia anterior, fechou em alta novamente. Foi uma alta muito discreta, de apenas 0,13, aos 119.221 pontos, caminhando para chegar aos 120 mil pontos.
O dólar, por sua vez, encerrou o dia na estabilidade, ou seja, com a mesma cotação da véspera, valendo R$ 4,80.
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Contribuiu para a raquítica performance da Bolsa B3 a queda das ações da Petrobras, cuja diretoria anunciou ontem mais uma redução do preço da gasolina, desta vez de 4%.
Os investidores, que podem ser também chamados de especuladores, não gostaram da notícia e passaram a vender ações da maior estatal brasileira, as quais se desvalorizaram em 2,36%.
Os analistas do mercado entendem que a nova queda dos preços da gasolina é um claro sinal de intervenção do governo, o que foi agravado pelas declarações do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, segundo quem, se houver gordura, a Petrobras poderá baixar ainda mais esses preços.
Mas é preciso atentar para o fato de que o preço internacional do petróleo, inclusive o do tipo Brent, negociado na Bolsa de Londres e importado pela Petrobras para as suas refinarias, tem caído nos últimos dias.
Ontem, ele foi negociado a US$ 73por barril,mas hoje, sexta-feira, 16, ele está cotado a US$ 75,91, quase US$ 76..
A Petrobras só alterará os preços atuais dos combustíveis, se o preço do petróleo vier a passar dos US$ 80 por barril, o que poderá acontecer se a economia chinesa voltar a crescer com força e se a Opep e seus aliados reduzirem ainda mais sua produção.
Por enquanto, não têm surtido o efeito esperado as ações da Opep no sentido de forçar uma alta do preço do petróleo via redução da oferta.
Se não fosse a notícia de mais uma redução do preço da gasolina adotada pela Petrobras, a Bolsa brasileira teria operado ontem em boa alta, porque o mercado ainda celebrava a decisão da agência de risco S&P, que melhorou a nota de risco do Brasil de estável para positiva.
Na quarta-feira, quando essa decisão foi anunciada, a B3 registrou a entrada de investidores estrangeiros, o que ontem não aconteceu exatamente por causa da notícia da queda do preço da gasolina.
Na quarta-feira, 14, quando a Bolsa disparou e passou dos 199 mil pontos, foram movimentados R$ 71,5 bilhões.
Ontem, por causa da decisão da Petrobras, essa movimentação caiu para R$ 28 bilhões.
Nota-se claramente que o mercado financeiro é mesmo especulativo, e muita gente, inclusive cearenses, ganha dinheiro com isso.