Nesta semana, a política interna movimentará a economia. E todas as atenções do mercado financeiro estarão voltadas para Brasília, mais especificamente para o Congresso Nacional, onde a proposta do novo arcabouço fiscal será debatido, com algumas possibilidades de ser votada na quinta-feira, 25, à noite.
A proposta já tem parecer do relator, deputado Cláudio Cajado, do PP da Bahia, cujo relatório foi bem recebido pelos economistas.
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O relator incluiu no texto uma mudança., que é a seguinte: se o governo não cumprir a meta do resultado primário, o crescimento das despesas dos anos seguintes será limitado a 50% das receitas do ano anterior, ou seja, 20% a menos do que os 70% estabelecidos na proposta original.
A proposta da nova matriz fiscal será debatida no plenário da Câmara dos Deputados e poderá ser aprovada na quinta-feira, 25,embora o mais provável seja a sua aprovação na próxima semana.
Também nesta semana a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal marcará a data para a sabatina dos dois indicados pelo governo para a diretoria do Banco Central.
São eles Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino, ambos da absoluta confiança do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que os indicou.
O governo espera que a aprovação dos dois novos diretores do Banco Central ocorra antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom, que se realizará nos dias 20 e 21 de junho. Nessa reunião, será decidida, mais uma vez, sobre a taxa de juros Selic, que se mantém em 13,75% ao ano.
Na agenda desta semana, consta, na próxima quinta-feira, dia 25, a divulgação, pelo IBGE, da prévia do IPCA-15 relativo ao corrente mês de maio. O mercado estima uma alta de 0,64%, o que manterá a taxa inflacionária deste ano nos atuais 4,2%. Neste prognóstico convergem os economistas dos bancos Itaú e Bradesco.
Hoje, depois das 17 horas, a operadora Oi divulgará o seu balanço relativo ao quarto trimestre do ano passado. A Oi está atrasada na divulgação desse balanço porque teve, outra vez, de recorrer à recuperação judicial.
Amanhã, a Oi promoverá uma teleconferência com operadores do mercado financeiro, aos quais explicará por que atrasou a divulgação do balanço e como espera equalizar sua dívida de R$ 44 bilhões.
Os credores da Oi, principalmente os bancos, estão muito interessados em saber como e ao longo de quanto tempo receberão o que emprestaram à operadora.
No front externo, haverá dois fatos que interessarão ao mercado mundial: será divulgada na quarta-feira a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Federal Reserve, o Banco Central norte-americano, que sinalizará sobre o futuro da política de juros da economia dos Estados Unidos.
Uma parte do mercado acha que os juros norte-americanos poderão ter um novo aumento de 0,25%, enquanto outra parte aposta no encerramento do ciclo de alta dos juros, o que significa que não haverá novo aumento.
E nesta segunda-feira, na Bolsa de Londres, o preço do petróleo cai novamente, sendo negociado a US$ 74,63, uma queda de 1,26%. Na sexta-feira passada, o petróleo foi negociado a quase US$ 76 por barril.
Essa nova queda do preço internacional do petróleo tem a ver com o que se passa nos Estados Unidos, onde, hoje, o presidente Joe Biden terá nova reunião com Kevin McCharty, líder da maioria na Câmara dos Representantes, para tratar da questão do teto da trilionária dívida do país, que é de inacreditáveis US$ 31,4 trilhões.
Governo e oposição têm, até o próximo dia 1º de junho, de encontrar uma solução para o problema de sua dívida. Se isso não acontecer, os Estados Unidos entrarão em “default”, que é o nome técnico para a expressão brasileira calote.
Ou seja, os EUA suspenderão o pagamento dos juros de sua dívida, da qual são credores vários países, inclusive o Brasil, a China e o Japão.
Por falar nos Estados Unidos: ontem, em Hiroshima, no Japão, onde se encontrava para a reunião de cúpula do G7 e convidados, o presidente Biden disse à imprensa que as relações do seu país com a China deverão melhorar “muito brevemente”. Isto fez subir as bolsas de valores na Ásia.
As bolsas da Europa mantêm-se na linha d’água, ou seja, estáveis, esperando por notícias sobre a questão da dívida nos Estados Unidos.
Uma informação procedente de Pequim diz o seguinte nesta segunda-feira:
As relações políticas e econômicas da China com os Estados Unidos tornaram-se mais azedas nesta segunda-feira. O governo chinês proibiu as empresas de tecnologia chinesas de usar os chips de memória fabricados pela Micron Technology, uma gigante norte-americana do setor.
De acordo com o comunicado do governo chinês, os chips da Micron não passaram num teste de segurança cibernética.
O comunicado diz, literalmente, que as empresas chinesas que fabricam equipamentos de informátia estão proibidos de comprar os chips da Micron.