Uma demorada visita à usina siderúrgica da ArcelorMIttal e um longo sobrevoo no Complexo Industrial e Portuário do Pecém deram ao presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, a certeza entusiasmada de que o Ceará deverá concentrar mais de 50% dos negócios de produção e exportação de hidrogênio verde no Brasil. Ele mesmo o disse.
A perspectiva é de que esses negócios começarão a ser implementados a partir de 2025 e se consolidarão pelos próximos seis anos, mas isto quem disse foi o presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, que acompanhou Albon na visita ao Pecém.
Uma visita vale mais do que mil imagens, e por isto mesmo, ao trazer até aqui a liderança da indústria brasileira, o presidente da Fiec acertou na mosca. Na entrevista coletiva que concedeu ao retornar de Pecém, o presidente da CNI disse o seguinte, usando outras palavras:
“O Porto do Pecém coloca o Ceará no protagonismo do negócio do hidrogênio verde, pois, estando equidistante da Costa Leste dos EUA e da Europa, será o principal ponto de embarque do H2V no país. O Ceará dispõe de bancos de vento que garantem a operação dos atuais e dos futuros projetos de geração de energia eólica em terra firme e dentro do mar. Dispõe, ainda, de alto índice de insolação, razão por que já se instalaram na sua geografia vários grandes parques de energia solar fotovoltaica e mais de 10 outros estão em construção.”
Ricardo Alban encantou-se com o que considerou o estado da arte – a usina siderúrgica da ArcelorMittal Pecém, cujo CEO, Erick Torres, expôs os planos da empresa para produzir aço verde, isto é, aço fabricado com energias renováveis, solar voltaica ou eólica onshore ou offshore.
E mais: Torres repetiu para o presidente da CNI o que disse há menos de um mês no III Fiec Summit: a ArcelorMittal comprará, para uso próprio, o hidrogênio verde a ser produzido no Hub do H2V no Pecém.