Ao falar ontem na 25ª Conferência Anual do Banco Santander em São Paulo, o presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara, destacou os desafios e as oportunidades da região nordestina no painel "Bancos Públicos do Brasil". O evento contou com a participação de executivos das 200 maiores empresas do país e de mais de 600 investidores nacionais e estrangeiros.
Câmara enfatizou a importância do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), que possibilita ao banco ofertar melhores condições de crédito aos empreendedores da região, mas assegurou que o BNB tem ampliado suas fontes de recursos realizando parcerias com outras instituições financeiras.
"É importante discutir sobre as potencialidades do Nordeste, mas também sobre a possibilidade de parcerias com investidores e parceiros dos bancos privados. Isso é fundamental para que possamos contribuir com os avanços de que o Brasil precisa", declarou o presidente do BNB.
Com esse propósito, adiantou Paulo Câmara o Banco do Nordeste tem firmado acordos de cooperação com instituições internacionais, como o BID, BEI, AFD e CAF, além de negociações com o Banco Mundial, KFW e NDB, visando impulsionar o setor produtivo na área de atuação do banco.
O microcrédito foi apontado por Câmara como uma peça-chave da estratégia de inclusão bancária do BNB, voltada para os empreendedores mais vulneráveis. Ele disse:
"O Banco do Nordeste tem a maior experiência em microfinanças da América Latina, realizando mais de 16 mil operações por dia por meio do Agroamigo e do Crediamigo. Esses dois programas, que atendem a mais de 3 milhões de clientes, nos mostram que não basta apenas financiar. O crédito chega com a orientação que é feita por nossos agentes de microcrédito. Esse detalhe e mais o da garantia solidária permite-nos manter a inadimplência abaixo do mercado e incluir cada vez mais pessoas, nosso principal objetivo.".
Além do foco nos micros e pequenos empreendedores, Paulo Câmara ressaltou que o BNB também investe em operações estruturantes, especialmente no setor de energia renovável.
“Nos últimos cinco anos, investimos mais de R$ 30 bilhões em projetos de energia eólica e solar. Acreditamos que o potencial do Nordeste para atrair novos investimentos, tanto nacionais quanto internacionais, é imenso”, concluiu.
Participaram também do painel Alexandre Correa Abreu, diretor Financeiro e de Mercado de Capitais do BNDES, e Marco Brasiliano Rosa, vice-presidente de Finanças e Controladoria da Caixa Econômica Federal, sob a moderação de Gustavo Alejo, vice-Presidente Executivo e CFO do Santander Brasil.