Na próxima terça-feira, dia 3 de setembro, no Centro de Eventos do Ceará, será aberto o 14º Congresso Brasileiro do Algodão, mais importante reunirão da cadeia produtiva do setor. Estarão aqui – e vários chegarão logo amanhã, sexta-feira, à noite, para aproveitar o fim de semana nas praias cearenses – os maiores produtores e exportadores brasileiros e os maiores importadores de 29 países do mundo, além das maiores empresas industriais que fornecem máquinas e implementos agrícolas às grandes e médias fazendas algodoeiras do país.
O evento é promovido, anualmente, sempre em uma cidade diferente, pela Abrapa – Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, mas dele participam outras entidades ligadas ao setor, como a poderosa ABIT – Associação Brasileira da Indústria Têxtil.
Agora, a boa novidade: no dia seguinte (4) ao da abertura do Congresso Brasileiro do Algodão, a Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Governo do Ceará (SDE), a Federação da Agricultura (Faec) e a Federação das Indústrias (Fiec), com o apoio da Fertsan, grande empresa de tecnologia voltada para a agropecuária e comandada por Luís Eugênio Pontes, reunirá em um café da manhã – de 7h30 às 8h30 – na sede da SDE, no Pavilhão Leste do Centro de Eventos, 100 grandes produtores e investidores de vários estado, aos quais apresentarão o “Projeto Algodão do Ceará”. Os empresários cearenses da agropecuária estão convidados para o evento.
O “Projeto Algodão do Ceará” é uma iniciativa tripartite – governo, indústria e agropecuária – com o objetivo de recolocar o Ceará e sua cotonicultura no mesmo pedestal de protagonista que ocuparam nos anos 50 e 60 do Século XX.
Naquele tempo, o algodão cearense chegou a produzir e a exportar 150 mil toneladas de pluma. Foi uma época tão rica, que o algodão ganhou o epíteto de “ouro branco”. Pelo andar da carruagem e pela vontade dos três sócios envolvidos no projeto, o que aconteceu naquela época tem tudo para ser bisado agora.
E os primeiros passos desse projeto vêm sendo dados pelo empresário Raimundo Delfino Filho em sua Fazenda Nova Agro, que planta algodão com a mesma tecnologia utilizada pelos produtores do Mato Grosso e do Oeste da Bahia e com as sementes criadas e desenvolvidas pela Embrapa, que lhe fornece também assistência técnica.
“Para ter êxito, o Projeto Algodão Ceará terá de fazer exatamente igual ao que o Raimundo Delfino está fazendo na Chapada do Apodi”, como disse à coluna o responsável pela compra de algodão de uma das maiores indústrias de fiação e tecelagem do país, com forte atuação em dois estados nordestinos.
Nesta safra 2024/2025, a Nova Agro está cultivando algodão em cerca de 2 mil hectares, com uma produtividade em tudo semelhante à do Oeste baiano. E com uma vantagem: o algodão da Nova Agro tem fibra longa e elasticidade similar ao do produto egípcio, considerado o melhor do mundo.
No Ceará, explicam os agrônomos, a cotonicultiura conta com uma ajuda ofertada graciosamente pela natureza: o índice de insolação que se registra no segundo semestre do ano, ou seja, depois da estação das chuvas. É o sol e sua intensa luminosidade que, nos meses de agosto e setembro, fortalece as fibras do algodão cearense, tornando-o mais valioso do que já é. É o tal do valor agregado – agregado pela natureza.
O presidente da Faec, Amílcar Silveira, e seu colega da Fiec, Ricardo Cavalcante, passaram os últimos quatro meses cuidando da elaboração do “Projeto Algodão do Ceará”, para o que mobilizaram o Observatório da Indústria e o Centro de Inteligência do Agro do Ceará.
Todas as informações levantadas pelos dois organismos foram analisadas e transformadas na proposta que será apresentada, oficial e publicamente, na quarta-feira, 4 de setembro, para os participantes do Congresso Brasileiro do Algodão.
“Não temos dúvidas do êxito desse projeto, que foi construído com base nas melhores informações acerca das áreas onde o algodão será plantado, das condições do solo, que será tratado e fertilizado nas diferentes regiões onde o cultivo algodoeiro se desenvolverá, além, naturalmente, da assistência técnica que será prestada pela Embrapa e replicada pelos técnicos do Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural”, como disseram à coluna Ricardo Cavalcante e Amílcar Silveira.
O secretário da SDE, Salmito Filho, igualmente, tem certeza do sucesso do projeto ao qual o governo do Estado emprestará todo o apoio, pois o empreendimento gerará mais emprego e renda para o cearense do sertão.
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