Energia solar alcançará no fim deste ano 2 TW (Terawatts) no mundo

Foi o que anunciou o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, Rodrigo Sauaia, falando no South America, maior evento do setor, que se realiza em S. Paulo

Legenda: A energia avança no mundo todo e alcançará até dezembro a potência instalada de 1 TW (terawatts)
Foto: Thiago Gadelha / SVM

Falando ontem na abertura do South America 2024, principal evento latino-americano de inovação do setor de energia solar fotovoltaico, o CEO da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia, revelou que, até o fim deste ano, o mundo estará gerando 2 TW (terawatts) de energia de origem solar.

Sauaia disse que a geração solar alcançou, em 2023, a marca de 1,5 TW em operação, com mais de 400 GW adicionados ao longo do ano. Para 2024, a previsão é de que o planeta chegará aos 2 TW, e isto será possível porque o custo das novas tecnologias está reduzindo muito rapidamente. “Só no ano passado, esse custo caiu 50%”, revelou ele.

“Temos visto diversos usos da fonte solar, sobretudo no Brasil, seja em edificações, agronegócio, carports e usinas hidrelétricas, o que tem ajudado o nosso crescimento. Até 2028, há a expectativa de o mundo ultrapassar os 5 TW de capacidade instalada global”, antecipou Sauaia. 

“As empresas privadas e a sociedade estão fazendo a sua parte, mas a faltam políticas públicas que apontem para uma direção sustentável, e isto impede que o país realize uma transição energética mais rápida e de maior qualidade”, acrescentou ele. 
 
De acordo com Sauaia, é possível que o país pare de emitir gases de efeito estufa até 2030 caso a máquina pública valorize mais o uso de fontes renováveis. 

“De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos Socioeconômicos, para cada R$ 1 dado para fontes renováveis, são concedidos R$ 5,60 em subsídios para fontes fósseis”, disse ele. 

Além das questões que envolvem a máquina pública, Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar, comentou, na mesma ocasião da abertura da South America,  que o mercado solar também enfrenta hoje alguns desafios macroeconômicos, como taxa de juros elevadas e questões fiscais.
 
Contudo, segundo ele, como a demanda por energia seguirá cada vez maior, haverá muitas oportunidades para o fomento da fonte solar no país, sobretudo com a chegada de novas tecnologias relacionadas, como armazenamento e veículos elétricos, por exemplo. 

“No Brasil, de cada 100 contas de luz, quatro são hoje oriundas da energia solar. Na Austrália, são 30. Portanto, a energia solar no Brasil ainda tem longo caminho a ser percorrido, sendo um segmento com muitas oportunidades para todos. Há empresas que são pequenas hoje, mas serão gigantescas o futuro”, concluiu Koloszuk. 

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