Forbes descobre o Ceará, sua indústria e sua união com Portugal
Revista revela as virtudes cearenses e informa que este é o estado que concentra maior número de empresas portuguesas
Uma das maiores publicações mundiais especializadas em economia, a revista Forbes descobriu o Ceará e as virtudes de sua economia e as publicou, na semana passada, em várias páginas de uma edição especial. E mais: citou sua Federação das Indústrias (Fiec) como um dos quatro pilares em que se alicerça o rápido desenvolvimento do estado (os outros são o Complexo do Pecém, a Câmara Brasil Portugal e o Banco do Nordeste, tudo isto na antevéspera de uma Missão Empresarial da Indústria cearense que, no próximo domingo, 9, viajará a Lisboa para um mergulho de cinco dias no estudo da Economia do Mar, também chamada de Economia Azul.
A Forbes intitula assim sua reportagem: “Ceará, porta atlântica de oportunidades”, e no subtítulo afirma: “O Ceará está a crescer quase o dobro do Brasil e é o estado que concentra a maior presença de empresas portuguesas”.
Em seguida, sentencia: “O estado afirma-se como hub estratégico da nova economia”, abrindo espaço para uma destacada entrevista com o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, que aponta o setor industrial como “uma das bases desse crescimento sem precedente”.
De acordo com a Forbes, a Fiec “lidera um sistema de várias entidades que formam profissionais, promovem inovação e apoiam a internacionalização. O sector industrial cearense conta com mais de 19 mil empresas e emprega cerca de 380 mil pessoas, números que confirmam o peso da atividade no desenvolvimento do estado”.
Ricardo Cavalcante disse à Forbes que “a educação é a base de tudo, e só através dela iremos ter resposta e pessoas que adicionam valor à indústria”. Ele revelou que a Fiec tem hoje seis escolas profissionalizantes (a sétima está a caminho), e só em 2024 qualificou 90 mil pessoas através do Senai, com ensino técnico especializado para a indústria.
A revista também se refere à ZPE Ceará, citada como um dos motores centrais deste novo ciclo de desenvolvimento e revelando que, em 2024, ela registou o recorde histórico de 10,55 milhões de toneladas movimentadas, sendo considerada a oitava melhor “free trade zone” no ranking FDI do Financial Times.
A Forbes aborda, igualmente, a competitividade do Ceará, que “é também resultado de um ambiente econômico estável e previsível”. A revista ouviu Danilo Serpa, presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), que lembrou o conjunto de instrumentos criados para atrair capital. “O Ceará oferece segurança jurídica, ambiente competitivo e políticas de incentivo que dão previsibilidade ao investidor”, disse ele.
As conexões internacionais do Ceará foram incluídas na reportagem da Forbes, para a qual, “a internacionalização consta da lista de prioridades transversais às políticas públicas do Ceará”.
Roseanne Medeiros, secretária de Relações Internacionais do Governo do estado, foi ouvida pela Forbes. Ela explicou como os investidores portugueses, e não só, podem tirar partido do potencial do estado:
“Hoje o Ceará oferece incentivos fiscais muito interessantes, e temos a mão de obra que começa a escassear na Europa”, ela disse.
Por sua vez, Patrícia Campos, presidente da Câmara Brasil-Portugal no Ceará, é uma das principais vozes da relação bilateral luso-cearense. Falando à Forbes, ela destacou seis áreas de atratividade para o investidor português: energias renováveis; agroindústria e agronegócio; economia azul; logística e hub portuário; tecnologia e inovação; e desporto.
O Ceará, com superavit de energia renovável, parece ter tudo para continuar a sua rota de profunda transformação econômica e “está pronto para receber quem quer embarcar junto nessa onda de crescimento. Portugal, com a sua afinidade cultural e linguística, é um dos grandes parceiros”, concluiu Danilo Serpa, presidente da Adece.
Eis alguns números citados pela Forbes em relação ao Ceará:
PIB de 6,5% em 2024, quase o dobro da média brasileira; 1.600 empresas portuguesas já instaladas, sendo o Ceará o estado líder em investimento direto português; é o 4º maior gerador de energia eólica, sendo referência nacional no setor; sede de Data Centers Verdes, beneficiando-se de 16 cabos submarinos que criam oportunidades em tecnologia e infraestrutura digital; US$ 17 bilhões em investimentos na produção de hidrogênio verde com capacidade para 1,1 GW/ano; Ferrovia Transnordestina, com 1.753 quilômetros, em construção, com final previsto para 2027; exportação de aço, calçados, frutas tropicais, flores e grãos.
PETROBRAS DESTINA R4 4 MILHÕES PARA A CULTURA DO CEARÁ
Informa a Petrobras que está investindo R$ 4 milhões na cena cultural cearense por meio da campanha “Cultura nas Trincheiras da Alegria”, realizada pelo Instituto Dragão do Mar (IDM), em parceria com o Ministério da Cultura e a Secretaria da Cultura do Ceará, via Lei de Incentivo à Cultura. O aporte, aprovado no edital Novos Eixos do Programa Petrobras Cultural, contempla quatro projetos: Série Cênica, Faz a Cena, Seminário Redes de Criação e a exposição Bloco do Prazer.
O investimento fortalece a programação de equipamentos culturais como o Theatro José de Alencar, Cineteatro São Luiz, Hub Cultural Porto Dragão e Museu de Arte Contemporânea do Ceará, ampliando circulação de espetáculos, formações técnicas, acessibilidade, pesquisa e produção artística. A iniciativa movimenta a economia criativa, gera oportunidades para profissionais das artes e estimula a cadeia produtiva do setor.
Segundo Rachel Gadelha, presidente do Instituto, o investimento contribui para “fomentar a economia da cultura e valorizar a diversidade das expressões brasileiras”.
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