Fiec Summit: do ITA Fortaleza ao Pecém, é o futuro chegando

Evento promovido pela Federação das Indústrias transmite otimismo em relação ao futuro próximo da economia do Ceará.

Legenda: Rebeca Oliveira, vice-presidente do Complexo do Pecém, disse que sua empresa está vencendo os desafios para a implantação do Hub do H2V
Foto: George Lucas / Fiec

Hoje, terça-feira, 13, segundo e último dia do Fiec Summit, dois temas tomaram conta do principal auditório do evento: “Capacitação e Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação” e “Hub do Hidrogênio Verde do Ceará”. 

No primeiro, brilhou a estrela do brigadeiro Walcyr Araújo, chefe de Operações do Ministério da Defesa, que detalhou o projeto de instalação da unidade cearense do ITA. No segundo, o brilho foi de duas mulheres: a vice-presidente do Complexo do Pecém, Rebeca Oliveira, e a vice-reitora da UFC, professora Diana Azevedo.

Ouvido com atenção por cerca de 1 mil pessoas, a maioria empresários, executivos de empresas e especialistas dos diferentes elos da cadeia produtiva do H2V e das energias renováveis, o brigadeiro Walcyr confirmou o que, na véspera, dissera com exclusividade a esta coluna, mas acrescentando uma nova informação, a de que as obras de construção do ITA Fortaleza começarão no fim deste ano, quando também será aberto o seu primeiro vestibular. 

Os recursos para a implantação desse projeto virão do Ministério da Educação, os professores serão selecionados pelo ITA em São José dos Campos, cabendo à Fiec a responsabilidade de projetar e construir o Instituto Senai de Inovação (ISI), que operará ao lado do ITA no terreno da antiga Base Aérea de Fortaleza.

No mesmo painel falou o reitor do IFCE, professor Wally Menezes, que pormenorizou o que faz sua instituição de ensino técnico, principalmente nos seus vários “campi” no interior do Ceará. O IFCE tem focado, também, na preparação dos seus alunos para os desafios do mercado de trabalho das cadeias produtivas do H2V e das energias renováveis, adequando a eles sua grade curricular. 

Em seguida, foi a vez de Hugo Diogo, gerente da área de Comunidades e Performance Social para América Latina da Fortescue. Ele mostrou a preocupação que sua empresa tem não apenas em fazer bem-feito seus projetos econômicos, mas também as correspondentes ações sociais, e disse que – quando e se acontecer – o projeto da Fortescue de produzir hidrogênio verde no Ceará levará em conta os princípios ESG de governança social, ambiental e corporativa, com o objetivo de que as comunidades ao seu redor sejam beneficiadas pelo empreendimento.  É o que, por exemplo, já faz a usina siderúrgica da ArcelorMittal no Pecém.

Quem iniciou o painel seguinte, que, sob a moderação do secretário de Desenvolvimento Econômico, Salmito Filho, abordou o “Hub do Hidrogênio verde no Ceará”, foi o engenheiro Jurandir Picanço, um especialista na matéria. Ele despejou uma torrente de informações sobre o que já foi feito, o que se está a fazer o que será ainda feito para a implantação do polo do H2V no Pecém.

Picanço começou anunciando que, nos próximos cinco anos, serão feitos investimentos de R$ 4,2 bilhões em projetos públicos e privados de infraestrutura para apoiar as empresas que produzirão hidrogênio verde no Complexo do Pecém. E os detalhou: na ampliação do Porto do Pecém, serão investidos R$ 700 milhões; em infraestrutura hídrica, R$ 150 milhões; em água de reuso, R$ 300 milhões; em Linhas de Transmissão de energia elétrica, R$ 2,27 bilhões; em dutos e tancagem de amônia, R$ 780 milhões.

A vice-reitora da Universidade Federal do Ceará, Diana Azevedo, expôs o esforço que faz a academia no sentido de preparar seus professores e alunos para os desafios do futuro mercado de trabalho a ser criado pela produção do hidrogênio verde. A UFC está, desde o primeiro momento, aliada ao governo do Estado e à Federação das Indústrias (Fiec) no projeto de implantação do Hub do H2V no Pecém, mobilizando o melhor de sua inteligência nesse sentido.

Por sua vez, Rebeca Oliveira, vice-presidente da Companhia do Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) mostrou, com riqueza de detalhes, as providências que a empresa – cujo capital é dividido entre o governo do Ceará (70%) e o Porto de Roterdã (30%) – vem adotando para adequar-se ao futuro Hub do hidrogênio verde. 

Ela disse que todos os desafios até agora colocados à frente da CIPP “tem sido enfrentados e superados”, e assegurou que os próximos desafios também serão vencidos, graças ao planejamento que está em franca execução. O Porto do Pecém será o terminal marítimo exportador do H2V que será produzido no seu Complexo Industrial. 

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