Presidente da Fiec diz que Ceará é local ideal para Hidrogênio Verde
Na abertura do Fiec Summit 2024, Ricardo Cavalcante, convidou os cearenses a tirar o melhor proveito do que está por vir, porque "o futuro está chegando"
Está chegando o futuro e, diante dele, o povo cearense deve questionar-se sobre como se preparar “para melhor usufruir das inúmeras oportunidades que estão por vir”, disse nesta segunda-feira o presidente da Federação das Indústrias do Ceará, Ricardo Cavalcante, ao saudar os mais de 4 mil participantes do Fiec Summit Hidrogênio Verde 2024, promovido pela sua entidade, e aberto hoje no Centro de Eventos do Ceará, com a presença do governador do estado, Elmano de Freiras.
Para o presidente da Fiec, “o hidrogênio verde é um dos mais recentes e promissores frutos da busca que empreendemos no mundo inteiro por uma nova matriz energética, sendo “gratificante perceber que se encontra no solo cearense, a ambiência adequada para a produção mais competitiva e sustentável desse que é tido como o combustível do futuro”.
À solenidade de instalação do Fiec Summit 2024 estiveram presentes, também, o ministro da Educação Camilo Santana, o senador Cid Gomes, e os executivos das grandes empresas que construirão unidades industriais para a produção de hidrogênio verde no Complexo do Pecém, entre as quais Casa dos Ventos, Fortescue, a Qair Brasil, Voltalia e ArcelorMittal.
Ricardo Cavalcante lembrou, que há pouco mais de uma semana o presidente Lula sancionou a Lei que criou o marco legal do hidrogênio verde no Brasil, e, dirigindo-se ao governador Elmano de Freitas, disse que o Ceará é “um estado diferenciado”, e explicou por quê:
“Aqui, além das vantagens competitivas que a natureza nos deu, que potencializam a nossa capacidade de geração de energia limpa, tivemos o cuidado de construir uma infraestrutura portuária, tecnológica e logística que nos integra com o resto do mundo. Soma-se a isso o modelo ímpar que encontramos, de reunir as nossas competências políticas, econômicas e acadêmicas em torno de um propósito comum, que é o desenvolvimento sustentável do nosso estado.”
Em seguida, Ricardo Cavalcante recordou:
“O Hub de Hidrogênio Verde do Ceará – nascido ainda em 2021, com a assinatura de um memorando de entendimento entre o Governo do Estado, então liderado pelo governador Camilo Santana, a Federação das Indústrias, a Universidade Federal e o Complexo do Pecém – é uma prova inconteste desse nosso jeito especial de ser e conviver. Com aquela iniciativa, nós estávamos firmando um compromisso coletivo, que iria contribuir em muito para a atração de inúmeros investimentos, vindos dos mais diferentes países do mundo, com foco na produção de hidrogênio verde no Ceará.
“De acordo com estudo feito pela consultoria norteamericana IXL, que contou com a participação de especialistas do MIT e da Universidade de Harvard, a efetivação dos projetos, cujos contratos já estão devidamente assinados, pode gerar cerca de trinta bilhões de dólares de investimentos só no estado do Ceará. Claro que o grande potencial de geração de energia limpa, especialmente a partir das fontes eólica e solar, contribui para todo esse interesse por investir na instalação de plantas de produção de hidrogênio verde em nosso estado. Mas podemos acrescentar outros diferenciais, como a existência do Complexo do Pecém, que inclui a Zona de Processamento para Exportação, toda a sua área industrial, e o próprio porto, que conta com a parceria estratégica do porto de Roterdã, na Holanda. Todo esse movimento deve provocar um significativo aumento na demanda por pessoal qualificado, para ocupar os milhares de postos de trabalho que serão gerados. Isso – ao mesmo tempo em que abre um leque de oportunidades e novas carreiras para o povo cearense – amplia os horizontes de atuação das instituições formadoras de mão de obra.”
Diante desse cenário, disse Ricardo Cavalcante, o Sistema Fiec, por meio do Sesi, do Senai e do IEL, “tem se preparado para atender a essa nova demanda, com investimentos vultosos na estruturação e qualificação da nossa rede de formação profissional”.
O presidente da Fiec abordou outro aspecto do desenvolvimento econômico e tecnológico do Ceará.
“É importante destacar, ainda, que a contribuição do nosso estado para a descarbonização do planeta, transcende a questões relacionadas à produção e distribuição do hidrogênio verde. Ela impacta, também, na economia digital. A capital cearense é a segunda cidade mais conectada do mundo. Partem de Fortaleza nada menos que dezoito cabos submarinos de fibra ótica que nos ligam a todos os continentes, o que tem atraído a instalação de grandes data centers na cidade e suas imediações, equipamentos que certamente irão demandar um grande volume de energia elétrica. Para se ter uma ideia da dimensão que se pode alcançar, o MIT estima que, até́ 2030, os data centers, que hoje consomem cerca de 3% de toda a eletricidade mundial, poderão consumir nada menos que 24%. E isso amplia ainda mais a importância de se disponibilizar energia limpa para alimentar esses equipamentos. Segundo o Observatório da Industria da FIEC, dos dez data centers instalados atualmente no Nordeste, seis estão localizados em Fortaleza.”
No final do seu discurso, Ricardo Cavalcante disse:
“O Fiec Summit, mais uma vez, traz para o centro das discussões as pautas mais relevantes sobre o presente e o futuro do hidrogênio verde no Brasil e no mundo. O palco escolhido para proporcionar este cenário de descobertas e transformações não poderia ser mais inspirador: o Ceará , a terra da luz. E aqui, é preciso ressaltar o grande trabalho que vem sendo desenvolvido pelo governador Elmano de Freitas, que não tem medido esforços para dar ao Ceará o protagonismo que lhe cabe no cenário global da transição energética.”
ELMANO DIZ QUE O CEARÁ ESTÁ PRONTO PARA O DESENVOLVIMENTO
Falando logo após o discurso do presidente da Fiec, o governador Elmano de Freitas disse que o Ceara "está pronto para o desenvolvimento" e assegurou todo o apoio do seu governo aos projetos que serão instalados no Pecém para a produção do hidrogênio verde.
De acordo com Elmano de Freitas, o futuro Hub do H2V do Pecém produzirá, até 2030, um milhão de toneladas por ano de hidrogênio verde, correspondentes a 25% das necessidades de importação do Porto de Roterdã, na Holanda.
O governador afirmou que o Fiec Summit 2024 "é o mais importante evento" relacionado ao hidrogênio verde do país, razão por que "este é um momento histórico".
Ele lembrou que o Ceará é superavitário em energias renováveis, cuja capacidade instalada será multiplicada pelos novos projetos que estão em implantação no estado.
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